"Deus me deu trono para fazer a caridade..."
D.Isabel de Aragão - A Rainha das Rosas
Ana Maria Spranger Luiz
Divaldo, de certa feita, viu-se
ao lado de Auta de Souza, que o convidava para uma excursão promovida pela
antiga rainha de Portugal, D. Isabel, conhecida pela sua bondade e abnegada
prática da caridade.
Oportuno recordar que o rei, D.
Diniz, não gostava das incursões da rainha, levando pão e moedas para as
populações necessitadas.
Certa vez foi espreitá-la para
surpreendê-la em desobediência...
Viu quando ela se dirigia à
dispensa do palácio e enchia o avental de alimentos.
Ele se postou então à sua espera.
"- Onde vai Senhora? O que
leva aí em seu avental?- interpelou o rei quando D. Isabel saía
apressadamente."
"- São flores, Senhor meu!
"
"- Quero vê-las! Flores em
Janeiro?"
Quando D. Isabel de Aragão, mãe
do futuro rei de Portugal, D.Afonso, espanhola de nascimento e portuguesa pelo
coração, a rainha das rosas, também chamada de Rainha Santa, mostrou o avental,
caíram, num fenômeno maravilhoso de efeitos físicos, rosas de diferentes
cores...
Consta que o rei nunca mais
tentou impedir a rainha de praticar a caridade.
Auta de Souza avisa a Divaldo que
pisasse nas pegadas da rainha durante a excursão.
Eis que chegaram a uma região em
que se ouviam gritos de desespero.
A caravana vai passando e
Divaldo, amparado por Auta de Souza, vê que equipes socorristas, atendendo a
ordens de D. Isabel, recolhem muitos dos que clamavam por socorro.
Eram os que se mostravam
verdadeiramente arrependidos.
Recorda Divaldo, entre outros
detalhes da excursão, ter visto também que D. Isabel lançava na direção dos
aflitos uma rosa, da qual saíam, então, flocos de luz que pareciam aliviar a angústia
daqueles sofredores. Era quando os padioleiros, sob as ordens diretas de D.
Isabel, acorriam para recolherem os mais arrependidos.
"- Recordei-me até das
descrições de Dante Alighieri sobre o Inferno", diz Divaldo.
Tocado pelas cenas, indaga de
Auta de Souza para onde iam aqueles Espíritos recolhidos nas padiolas?
"- Muitos são atendidos nos
agrupamentos espíritas existentes na Terra, para que depois possam ser levados
a estâncias outras na Espiritualidade."
"- E quando não havia ainda
agrupamentos espíritas, antes do advento do Espiritismo?"
" - Os médiuns eram levados,
com a aquiescência deles, e com a permissão de Jesus, às zonas intermediárias,
onde colaboravam no socorro dos sofredores.
Não te esqueças, Divaldo, de que
somos, todos nós, amparados pela Misericórdia do Pai Celestial."
E Divaldo concluiu dizendo que
ficou, depois, e durante muito tempo, e ainda hoje, meditando na
responsabilidade dos médiuns, na necessidade do estudo permanente, na dedicação
devotada às tarefas; meditando também que devemos orar, sobretudo antes do sono
reparador, para que enquanto o corpo repousa, todos possamos trabalhar na seara
de Jesus.
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