Cientista confirma Kardec: Os signos estão todos errados
Gerson Simões Monteiro
MANCHETE DA MATÉRIA PUBLICADA EM O GLOBO: SIGNOS
ASTROLÓGICOS ESTÃO TODOS ERRADOS, SEGUNDO NOVOS CÁLCULOS –
KARDEC JÁ AFIRMAVA ESSE FATO EM 1868 – GRÁFICO DA PRECESSÃO DOS EQUINÓCIOS –
CRENÇA SUPERSTICIOSA
Presidente da FUNTARSO
Operadora da Rádio Rio de Janeiro
gerson@radioriodejaneiro.am.br
O jornal O GLOBO, de 24 de março de 2015, publicou a
seguinte matéria sob o título: SIGNOS ASTROLÓGICOS ESTÃO TODOS ERRADOS, SEGUNDO
NOVOS CÁLCULOS:
RIO — Você, nascido sob o signo de gêmeos, talvez mude um
pouco de humor ao saber que, na verdade, é de touro.
Isso porque o calendário
astrológico não foi adaptado a uma mudança das estrelas — e por esses novos
cálculos, quase ninguém é do signo que achava ser.
As constelações se afastaram por um mês inteiro, revelou a
astrônoma do Royal Observatory Radmilla Topalovic no programa Stargazing Live,
da BBC.
Desde que o zodíaco foi criado, mais de 2 mil anos atrás, o efeito de
oscilação da Terra causado pela Lua e pelo Sol fez com que as estrelas que
estão acima de nós mudassem de posição.
Se, por exemplo, alguém nascesse no fim
de janeiro, pensaria ser do signo de aquário.
Mas na verdade essa pessoa seria
uma nativa do signo anterior, capricórnio.
Quando o zodíaco foi idealizado pelos gregos, eram
atribuídos sinais da estrela com base na constelação que estava por trás do Sol
às pessoas nascidas em determinado dia.
Mas esse mapa mudou, num processo de
oscilação chamado precessão dos equinócios, que leva cerca de 26 mil anos para
acontecer.
Este processo acontece da seguinte forma: a Terra gira em
torno do Sol em forma de elipse, mas o eixo de rotação do nosso planeta não é
perpendicular ao plano da eclíptica e tem uma inclinação de 23º 26’ 21”.
Isto
é: a Terra gira como um pião em relação à sua órbita do Sol.
E por isso os
astrônomos são obrigados a introduzir correções para compensar as variações na
ascensão reta e declinação das estrelas.
KARDEC JÁ AFIRMAVA ESSE FATO EM 1868
Essa afirmação perde o sabor de novidade, pois desde 1868
ela já havia sido proclamada por Allan Kardec ao publicar A Gênese, abordando
no Capítulo IX a questão das revoluções periódicas da Terra.
Neste capítulo, em
nota de rodapé, lemos textualmente o seguinte:
“A ‘precessão dos equinócios’ ocasiona uma outra mudança: a
da variação da posição dos signos do zodíaco.
Com a Terra girando em torno do
Sol ao longo de um ano, à medida que ela avança, o Sol, a cada mês, encontra-se
diante de uma nova constelação.
Essas constelações são em número de doze, a
saber: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Balança, Escorpião,
Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes. São chamadas de constelações
zodiacais, ou signos do zodíaco, e formam um círculo no plano do equador
terrestre.
Conforme o mês de nascimento de um indivíduo, diz-se que ele nasceu
sob tal signo; daí os prognósticos da Astrologia.
*
Mas, em virtude da ‘precessão dos equinócios’, acontece que
os meses já não correspondem às mesmas constelações que há 2.000 anos;
por
exemplo, quem nasce no mês de julho não está mais no signo de Leão, mas no de
Câncer. Cai, assim, a ideia supersticiosa ligada à influência dos signos.” (A
Gênese, Cap. V, item 12).
O TERCEIRO MOVIMENTO
Esta nota de Allan Kardec vem a propósito quando explica que
a “precessão dos equinócios” ocorre pelo fato de a Terra, além do seu movimento
anual em torno do Sol, que origina as estações, e do seu movimento de rotações
sobre si mesma em 24 horas, que determina o dia e a noite, ter um terceiro
movimento que se completa em 25 mil anos, ou, mais exatamente, 25.868 anos.
Esse movimento, que seria impossível explicar apenas em algumas palavras sem o
auxílio de figuras e sem uma demonstração geométrica, consiste em uma espécie
de oscilação circular, que se pode comparar à oscilação de um pião preste a
parar.
Em consequência dessa oscilação, o eixo da Terra, mudando de inclinação,
descreve um duplo cone, cujo vértice está no centro do planeta, e as bases
abrangem a superfície circunscrita pelos círculos polares, ou seja, uma
amplitude de 23 graus e meio de raio (vide gráfico do esquema do movimento de
precessão da Terra, extraído do livro A Gênese, de Allan Kardec, revisado por
Cláudio Lirange Zanatta – Ed. CELD).
(Representação gráfica com base na descrição de Allan Kardec
em A Gênese)
ILUSÓRIA SIGNIFICAÇÃO
Com vistas a um melhor entendimento da crença supersticiosa
sobre a influência dos signos astrológicos em nossas vidas, comecemos pela
análise dos grupos de estrelas que tomaram o nome de constelações.
Na
realidade, elas constituem não mais do que formas aparentes, em razão da
agregação de estrelas causada pela longa distância, conforme esclarece Allan
Kardec no item 12 do Capítulo V do livro A Gênese.
Com base nesse raciocínio, o
Codificador do Espiritismo conclui dizendo que, não existindo esses
agrupamentos formados de estrelas senão na aparência, é ilusória a significação
que uma supersticiosa crença vulgar lhes atribui e somente na imaginação pode existir.
Além disso, diz ainda o Codificador que a crença na
influência das constelações, sobretudo das que constituem os doze signos do
Zodíaco, proveio da ideia ligada aos nomes que elas trazem. Se ao que se chama
“leão” fosse dado o nome de “asno” ou de “ovelha”, certamente lhe teriam
atribuído outra influência.
CRENÇA SUPERSTICIOSA
Confirmando esse esclarecimento, os Benfeitores Espirituais,
ao serem perguntados por Allan Kardec na questão 867 de O Livro dos Espíritos
sobre de onde surgiu a expressão “nascer sob uma boa estrela”, responderam
enfaticamente tratar-se de antiga superstição, que prendia às estrelas os
destinos dos homens.
Disseram também ser uma alegoria que algumas pessoas fazem
a tolice de tomar ao pé da letra.
A resposta é lógica, pois se o destino do homem já estivesse
determinado pelas estrelas, nele seria nulo o livre-arbítrio, e não teria nem
culpa por praticar o mal nem mérito em praticar o bem.
Tudo isso está de acordo
com os ensinos de Jesus, o Espírito mais perfeito e o mais sábio que passou
pelo nosso Planeta, quando afirmou categoricamente:
“A cada um será dado
segundo as suas obras”, e não “A cada um segundo o seu signo”, por faltar a
essa afirmativa fundamento lógico e, sobretudo, bom senso.
FONTE
CORREIO ESPÍRITA. Disponível em
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