Irma de Castro Rocha (Meimei)
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"Um verdadeiro “sol que ilumina os tristes na senda da dor. Meimei, amor…”. Emmanuel
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Irma de Castro Rocha, este
encantador espírito, ficou conhecida na família espírita como Meimei.
Trata-se de carinhosa expressão
familiar adotada pelo casal Arnaldo Rocha1 e Irma de Castro Rocha, a partir da
leitura que fizeram do livro Momentos em Pequim, do filósofo chinês Lyn Yutang.
Ao final do livro, no glossário,
encontram o significado da palavra Meimei – “a noiva bem amada”.
Este apelido ficara em segredo
entre o casal.
Depois de desencarnada, Irma
passa a tratar o seu ex-consorte por “Meu Meimei”.
Irma de Castro Rocha não foi
espírita na acepção da palavra, pois foi criada na Religião Católica.
Ela o era, porém, pela prática de
alguns princípios da Doutrina Codificada por Allan Kardec, tais como caridade,
benevolência, mediunidade (apesar de empírica), além de uma conduta moral
ilibada.
Nasceu na cidade de Mateus Leme,
Minas Gerais, a 22 de outubro de1922 e desencarnou em Belo Horizonte, em 1º de
outubro de 1946.
Filha de Adolfo Castro e Mariana Castro, teve quatro irmãos:
Carmem, Ruth, Danilo e Alaíde.
Aos dois anos de idade sua
família transferiu-se para Itaúna – MG.
Aos cinco anos ficou órfã de pai.
Desde cedo se sobressaiu entre os
irmãos por ser uma criança diferente, de beleza e inteligência notáveis.
Cursou até o segundo ano normal,
sendo destacada aluna.
A infância de Meimei foi a de uma
criança pobre.
Era extremamente modesta e de
espírito elevado.
Pura e simples.
Adorava crianças e tinha um forte
desejo – o de ser mãe, não concretizado porque o casamento durou apenas dois
anos e houve o agravamento da moléstia de que era portadora: nefrite crônica,
acompanhada de pressão alta e necrose nos rins.
Irma de Castro, na flor de seus
17 anos, tornou-se uma bela morena clara, alta, cabelos negros, ondulados e
compridos, grandes olhos negros bastante expressivos e vivazes.
Foi nessa época que se tornou
grande amiga de Arnaldo Rocha, que viria a ser o seu esposo.
Casaram-se na igreja de São José,
matriz de Belo Horizonte.
Na saída da igreja, o casal e os convidados
viveram uma cena inesquecível.
Depararam-se com um mendigo, arrastando-se
pelo chão, de forma chocante, sujo, maltrapilho e malcheiroso.
Meimei, inesperadamente, volta-se para o
andarilho e, sensibilizada pela sua condição, inclina-se, entrega-lhe o buquê,
beijando-lhe a testa.
Os olhos da noiva ficaram marejados de
lágrimas…
Arnaldo Rocha afirma que toda
criança que passava por Meimei recebia o cumprimento: “Deus te abençoe”.
Havia um filho imaginário.
Acontecia vez por outra de
Arnaldo chegar do trabalho, sentar-se ao lado de Meimei e ouvir dela a seguinte
frase: “Meu bem, você está sentado em cima de meu principezinho”.
Meimei tinha a mediunidade muito
aflorada, o que, para seu marido, à época, tratava-se de disfunção psíquica.
Estes pontos na vida de Meimei retratam os
compromissos adquiridos em existência anterior, na corte de Felipe II, ao lado
do marido Fernando Álvares de Toledo – o Duque de Alba (Arnaldo Rocha).
Nessa época seu nome teria sido
Maria Henríquez.
Apesar do pouco tempo de casados,
o casal foi muito feliz.
Ela tinha muito ciúme do seu
“cigano”.
Arnaldo Rocha explica que esse
cuidado por parte dela era devido ao passado complicado do marido.
Chico Xavier explicara que Meimei
vinha auxiliando Arnaldo Rocha na caminhada evolutiva há muitos séculos, por
isso a sua acuidade em adocicar os momentos mais difíceis e alegrar ainda mais
os instantes de ventura.
Na noite da sua desencarnação,
Arnaldo Rocha acorda, por volta de duas horas da madrugada, com sua princesa
rasgando a camisola e vomitando sangue, devido a um edema agudo de pulmão.
O marido sai desesperado em busca
de médico, pois não tinham telefone. Ao voltar, encontra-a morta.
A amizade entre o casal,
projetando juras de eterno amor, teve início por volta do século VIII a.C.
Um general do império Assírio e
Babilônico, de nome Beb Alib, ficou conhecendo Mabi, bela princesa, salvando-a
da perseguição de um leão faminto.
Foi Meimei quem relatou a história,
confirmada depois por Chico Xavier e traduzida inconscientemente pelo escritor
e ex-presidente da União Espírita Mineira, Camilo Rodrigues Chaves, no livro
Semíramis, romance histórico publicado pela editora LAKE, de São Paulo.
Essas reminiscências de Meimei
eram tão comuns que, além desse fato contido no livro citado, há, também, uma
referência à personagem Blandina (Meimei), no livro Ave, Cristo!
Aconteceu da seguinte forma:
Chico passou um determinado
capítulo do livro para Arnaldo Rocha avaliar.
À medida que lia, lágrimas
escorriam por suas faces, aos borbotões.
Ao final da leitura, Arnaldo
disse para Chico:
“Já conheço esse trecho!”
Chico arrematou:
“Meimei lhe
contou, né?”
Nesse romance de Emmanuel,
Blandina teria sido filha de Taciano Varro (Arnaldo Rocha), definindo a
necessidade do reencontro de corações com vista à evolução espiritual.
Através da mediunidade de Chico
Xavier, muitas outras informações chegaram ao coração de Arnaldo sobre a
trajetória espiritual de Meimei.
À guisa de aprendizado, Arnaldo
foi anotando essas informações e trabalhando, em foro de imortalidade, aspectos
de seu burilamento.
Meimei tinha a mediunidade
clarividente, conversava com os espíritos e relembrava cenas do passado.
Era comum ver Meimei, por
exemplo, lendo um livro e, de repente, ficar com o olhar perdido no tempo.
Nesses instantes, Arnaldo olhava
de soslaio e pensava: “Está delirando”.
Algumas vezes ela afirmava:
“Naldinho, vejo cenas, e nós estamos dentro delas; aconteceu em determinada
época na cidade…”.
Arnaldo, à época materialista,
não sabendo como lidar com esses assuntos, cortava o diálogo, afirmando: “Deixa
isso de lado, pois quem morre deixa de existir”.
Em seus últimos dias terrenos,
nos momentos de ternura entre o casal apaixonado, apesar do sofrimento decorrente da doença, Meimei tratava Arnaldo
como “Sr. Duque” e pedia que ele a chamasse de “minha Pilarzinha”.
Achando curioso o pedido, Arnaldo
perguntou o motivo e recebeu uma resposta que, para ele, era mais uma de suas
fantasias:
“Naldinho, esse era o modo de tratamento de um
casal que viveu na Espanha no século XVI.
O esposo chamava-se Duque de Alba
e a sua esposa, Maria Henríquez”.
Embevecido com a mente criativa
na arte de teatralizar da querida esposa, entrava na brincadeira deixando de
lado as excessivas perquirições.
Apresentamos esse ângulo da vida
de Meimei para suscitar reflexões acerca do progresso espiritual por ela
engendrado em suas diversas reencarnações – das quais citamos apenas algumas –,
e que conduziram nossa querida amiga Meimei ao belo trabalho realizado em prol
da divulgação da Doutrina Espírita, no Mundo Espiritual, aproveitando as
vinculações afetivas com aqueles corações que permaneceram no plano terreno.
Em seus derradeiros dias de vida
terrena, Meimei começou a ter visões.
Ela falava da avó Mariana, que
vinha visitá-la e que em breve iria levá-la para viajar pela Alba dos céus.
Depois de muitos anos veio a
confirmação através de Chico Xavier.
Arnaldo recebe do médium amigo,
em primeira mão, o livro Entre a Terra e o Céu, ditado por André Luiz, no qual
encontra uma trabalhadora do Mundo Espiritual – Blandina – vivendo no Lar da
Bênção, junto com sua Vovó Mariana, cuidando de crianças.
Em determinado trecho, Blandina
revela um pouco da sua vida terrena junto ao consorte amado.
Arnaldo Rocha narra um fato muito
importante no redirecionamento de sua vida.
No romance “Ave, Cristo!”, que se
desenvolve na antiga Gália Lugdunense, encontra-se um diálogo entre os
personagens Taciano Varro (Arnaldo Rocha) e Lívia (Chico Xavier), no qual as
notas do Evangelho sublimam as aspirações humanas.
Lívia consola Taciano, afirmando
que “no futuro encontrar-nos-emos em Blandina”.
Essa profecia realizou-se mais ou
menos 1600 anos depois, na Avenida Santos Dumont, em Belo Horizonte, no
encontro “casual” entre Arnaldo Rocha e Chico Xavier, após o qual Arnaldo
Rocha, materialista convicto, deixa cair as escamas que lhe toldavam a visão
espiritual.
Graças à amizade fraterna entre
Arnaldo Rocha e Francisco Cândido Xavier, reconstituída pelo encontro “acidental”
na Av. Santos Dumont, a história de amor entre Meimei e Arnaldo manteve-se como
farol a iluminar a vida dele, agora em bases do Evangelho, que é o roteiro
revelador do Amor Eterno.
Depois daquele encontro, que
marcou o cumprimento da profecia de Lívia e Taciano Varro, Arnaldo, o jovem
incauto e materialista, recebeu consolo para suas dores; presentes do céu foram
materializados para dirimir sua solidão; pelas evidências do sobrenatural,
incentivos nasceram para o estudo da Doutrina Espírita, surgindo, por
conseqüência, novos amigos que indicaram ao jovem viúvo um caminho diferente
das conquistas na Terra.
Passando a viajar permanentemente
a Pedro Leopoldo, berço da simplicidade da família Xavier, recebeu de Meimei,
sua querida esposa, as mais belas missivas através da psicografia e da
clarividência de Chico Xavier.
Faltam-nos palavras para
expressar nossa ternura e respeito ao espírito Meimei que, por mais de seis
décadas, tem inspirado os espíritas a seguir o Caminho, e a Verdade e a Vida
Eterna.
Ao finalizar este singelo preito
de gratidão a Irma de Castro Rocha, a doce Meimei das criancinhas, lembramos o
pensamento do Benfeitor Emmanuel, que sintetiza a amizade dos trabalhadores do
Espiritismo Evangélico em todo o Brasil com o Espírito Meimei:
um verdadeiro “sol que ilumina os
tristes na senda da dor.
Meimei, amor…”.
Carlos Alberto Braga Costa
1 – Arnaldo Rocha, ex-consorte de
Meimei, é trabalhador e conselheiro da União Espírita Mineira desde 1946. Amigo
inseparável de Chico Xavier. Organizador dos livros Instruções Psicofônicas e
Vozes do Grande Além, FEB. Co-autor do livro “Chico, Diálogos e Recordações”,
UEM.
(Extraído do Jornal O Espírita
Mineiro – janeiro/fevereiro de 2007 – Órgão de Divulgação da União Espírita
Mineira)
Fonte
CHICO XAVIER, DIALOGOS E
RECORDAÇÔES. Disponível em https://chico-xavier.com/2007/03/12/expoentes-do-espiritismo-irma-de-castro-rocha-meimei/.
Acesso : 09 JUL 2018.
Foto de Meimei aos 17 anos .
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