10.
DESAPONTAMENTOS
Valérium
O homem
ocioso repousara em excesso e perdera o sono.
Tentando
dormir mais uma vez, recolheu-se em aposento isolado.
Depois de
algum tempo, ressonava...
Respiração
estertorosa.
Assobios
estridentes.
Passa um
quarto de hora.
Emitindo
sons mais altos, acorda a si mesmo.
Levanta-se e
sai, furioso, procurando o suposto responsável pelo desagradável ruído que o
despertou...
*
Muitos atos
das criaturas são semelhantes a esse.
Aspiram simplesmente ao sono do repouso falso.
E, quando despertam, contrariadas, para a realidade espiritual que as cerca, buscam, em desespero, alguém a quem possam incriminar por sua incúria e desgosto, mas encontram, invariavelmente, em si mesmas, as únicas responsáveis.
Assim ocorre nas pequeninas contrariedades da vida humana e nas grandes desilusões da vida espiritual, após a viagem da morte.
*
Não culpe a
ninguém por suas frustrações, presentes ou futuras.
Ore, vigie e analise os próprios desapontamentos e verá que, ressonando na ociosidade e acordando na dolorosa vigília do arrependimento, o único responsável por eles é sempre você mesmo.
Waldo pelo
Espírito Valérium Bem aventurados os simples. Rio de Janeiro: FEB,10ª ed.,
1962, cap.10.
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