A Muda
Casimiro Cunha
Quem penetre no jardim, quando em plena floração, não pode dissimular sincera admiração.
Açucenas desabrocham desdobrando-se em beleza, mostrando a maternidade das forças da Natureza.
Além do jardim florido, quem se dirija ao pomar, experimenta emoção que não pode disfarçar.
As árvores generosas, sob auréolas de verdura, servem pomos de bondade às mesas da criatura.
Flores ricas, frutos nobres, na abundância indefinível, demonstram a Providência na bondade inexaurível.
Observe-se, porém, como quem cumpre o dever, que o nosso primeiro impulso vem da ideia de colher.
As flores são decepadas, esmaga-se o fruto a esmo, em tudo o egoísmo extremo, dando conta de si mesmo.
São raros os previdentes que guardam consigo a muda, por plantá-la com desvelo na terra que sempre ajuda.
Em nossa vida, igualmente, se vamos à luz dos bons, refletimos tão somente na colheita de seus dons.
Não basta, porém, ganhar, por deixarmos de ser pobre: Plantemos em nossa vida a muda do exemplo nobre.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 34, p.35.
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