O Botão
Casimiro Cunha
Na extrema delicadeza da verdura perfumosa, destaca-se pequenino o tenro botão de rosa.
Não há sinal de corola, vê-se apenas que começa a surgir a flor divina num cálice de promessa.
E às vezes, nas alegrias de doce festividade, espera-se pela rosa no caminho da ansiedade.
Deseja-se a flor robusta com que se adorne a beleza, mas não há lei que perturbe os passos da Natureza.
É certo que toda rosa, como joia de paisagem, nunca pode prescindir do zelo da jardinagem.
Precisa tempo, entretanto, na sombra e na claridade, requerendo orvalho e sol, noites, chuva, tempestade.
Por crescer, pede cuidado nos inícios da existência, mas, morrerá com certeza a golpes de violência.
Assim, também, quase sempre, a muita crença em botão tentamos impor, à força, a nossa compreensão.
Toda crença é patrimônio que não surge improvisado; É a rosa da experiência, em terras do aprendizado.
Se tua alma vive em festa, na fé que pratica o bem, ajuda, coopera e passa...
Não busques torcer ninguém.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 59, p.60.
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