Homenagem aos 157 Anos da Publicação de “O Livro Dos
Espíritos”
No dia 18 de abril de 1857, o mundo foi contemplado com a
publicação do Livro dos Espíritos escrita pelo educador francês Hippolyte
Léon-Denizard Rivail , que assinava sob o pseudônimo de Allan Kardec.
Posteriormente novas obras vieram agregar mais conhecimentos
sobre a Doutrina Espírita: o Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o
Espiritismo, O Céu e o Inferno, a Gênese, constituindo o que passou a se
denominar o Pentateuco Espírita.
O Livro dos Espíritos tem uma importância excepcional por
ser uma revelação, de iniciativa da Espiritualidade Superior, com a finalidade
de facilitar e orientar o progresso da humanidade. O conteúdo é apresentado em
4 partes: As causas primárias; Mundo espírita ou dos espíritos; Leis morais;
Esperanças e consolações.
O Livro dos Espíritos, é um manual de conduta para a vida,
onde são disponibilizados recursos que nos elucidam de forma clara e precisa sobre a Lei de Causa e Efeito, a
Reencarnação, a Evolução do Espírito, as Ocupações e Missões dos Espíritos,
entre tantas outras respostas embasadas sempre pela Ciência, Filosofia e
Religião.
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Curiosidades da Codificação
"Com a minha gratidão, remeto-lhe o livro anexo, bem
como a sua história, rogando-lhe, antes de tudo, prosseguir em suas tarefas de
esclarecimento da Humanidade, pois tenho fortes razões para isso... "
Uma carta para o Sr. Allan Kardec
Allan Kardec, o
Codificador da Doutrina Espírita, naquela triste manhã de abril de 1860, estava
exausto, acabrunhado.
Fazia frio.
Muito embora a consolidação da Sociedade Espírita de Paris e
a promissora venda de livros, escasseava o dinheiro para a obra gigantesca que
os Espíritos Superiores lhe haviam colocado nas mãos.
A pressão aumentava...
Missivas sarcásticas avolumavam-se à mesa.
Quando mais desalentado se mostrava, chega a paciente
esposa, Madame Rivail - a doce Gabi -, a entregar-lhe certa encomenda,
cuidadosamente apresentada.
O professor abriu o embrulho, encontrando uma carta singela.
E leu.
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"Sr. Allan Kardec:
Respeitoso abraço.
Com a minha gratidão, remeto-lhe o livro anexo, bem como a
sua história, rogando-lhe, antes de tudo, prosseguir em suas tarefas de
esclarecimento da Humanidade, pois tenho fortes razões para isso.
Sou encadernador desde a meninice, trabalhando em grande
casa desta capital.
Há cerca de dois anos casei-me com aquela que se revelou
minha companheira ideal. Nossa vida corria normalmente e tudo era alegria e
esperança, quando, no início deste ano, de modo inesperado, minha Antoinette
partiu desta vida, levada por sorrateira moléstia.
Meu desespero foi indescritível e julguei-me condenado ao
desamparo extremo.
Sem confiança em Deus, sentindo as necessidades do homem do
mundo e vivendo com as dúvidas aflitivas de nosso século, resolvera seguir o
caminho de tantos outros, ante a fatalidade...
A prova da separação vencera-me, e eu não passava, agora, de
trapo humano.
Faltava ao trabalho e meu chefe, reto e ríspido, ameaçava-me
com a dispensa.
Minhas forças fugiam.
Namorara diversas vezes o Sena e acabei planeando o
suicídio. "Seria fácil, não sei nadar"- pensava.
Sucediam-se noites de insônia e dias de angústia. Em
madrugada fria, quando as preocupações e o desânimo me dominaram mais
fortemente, busquei a ponte Marie.
Olhei em torno, contemplando a corrente... E, ao fixar a mão
direita para atirar-me, toquei um objeto algo molhado que se deslocou da amurada,
caindo-me aos pés.
Surpreendido, distingui um livro que o orvalho umedecera.
Tomei o volume nas mãos e, procurando a luz mortiça do poste
vizinho, pude ler, logo no frontispício, entre irritado e curioso:
"Esta obra salvou-me a vida. Leia-a com atenção e tenha
bom proveito. - A. Laurent."
Estupefato, li a obra - "O Livro dos Espíritos" -
ao qual acrescentei breve mensagem, volume esse que passo às suas mãos
abnegadas, autorizando o distinto amigo a fazer dele o que lhe aprouver."
Ainda constava da mensagem agradecimentos finais, a
assinatura, a data e o endereço do remetente.
O Codificador desempacotou, então, um exemplar de "O
Livro dos Espíritos" ricamente encadernado, em cuja capa viu as iniciais
do seu pseudônimo e na página do frontispício, levemente manchada, leu com
emoção não somente a observação a que o missivista se referira, mas também
outra, em letra firme:
"Salvou-me também. Deus abençoe as almas que cooperaram
em sua publicação. - Joseph Perrier."
Após a leitura da carta providencial, o Professor Rivail
experimentou nova luz a banhá-lo por dentro...
Aconchegando o livro ao peito, raciocinava, não mais em
termos de desânimo ou sofrimento, mas sim na pauta de radiosa esperança.
Era preciso continuar, desculpar as injúrias, abraçar o
sacrifício e desconhecer as pedradas...
Diante de seu espírito turbilhonava o mundo necessitado de
renovação e consolo.
Allan Kardec levantou-se da velha poltrona, abriu a janela à
sua frente, contemplando a via pública, onde passavam operários e mulheres do
povo, crianças e velhinhos...
O notável obreiro da Grande Revelação respirou a longos
haustos, e, antes de retomar a caneta para o serviço costumeiro, levou o lenço
aos olhos e limpou uma lágrima..." (Hilário Silva - O Espírito da Verdade,
52, FEB)
Fonte
INSTITUTO ANDRE LUIZ. Disponível em
http://www.institutoandreluiz.org/allan_kardec.html. Acesso: 19 ABR 2014.
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