Ampara Hoje
Emmanuel
Se podes compreender as dificuldades da alma, ampara a
todos aqueles que a Divina Sabedoria te situou nas áreas de ação, quando te
pareçam em desequilíbrio.
Nas horas difíceis de transformação espiritual do mundo,
os grupos sociais se nos afiguram tumultuados, à maneira do solo quando agitado
por abalos sísmicos.
Se te manténs de pé, nos princípios de elevação que
norteiam a vida, compadece-te dos que se viram envoltos no turbilhão de
inesperados desafios.
Esse acreditou na independência negativa e abandonou os
deveres, cuja execução lhe garantiria a verdadeira liberdade, prendendo-se nas
correntes invisíveis de compromissos amargos.
Aquele admitiu haver descoberto fácil acesso à renovação
desejável e elegeu a indisciplina por base das próprias vivências,
marginalizando-se em perigosos
enganos.
Determinada irmã considerou por pesado cativeiro o caminho
iluminado de renúncia em favor dos outros e bandeou-se para o infortúnio
mascarado de ilusão.
Aquela outra supôs que o lar assinalado de bênçãos se lhe
fazia uma carga superior às próprias forças e largou-se de encargos assumidos
para descer às sombrias regiões do arrependimento.
Ainda assim, não censures os corações tresmalhados pela
maré da violência na viagem do mundo.
Inclina-te para os que se debatem nas ondas da perturbação
e, tanto quanto possível, estende mãos amigas que os salvem do naufrágio
iminente.
Todos somos viajores no oceano da vida.
Cada qual de nós permanece no barco em que avança na
direção das praias
do futuro.
Não te descuides do leme na embarcação que te seja própria
e ajuda sempre aos que te compartilham a rota.
Recorda: muitos daqueles aos quais te vinculas pelo
coração choram desesperadamente na superfície das águas revoltas e podem ser
amparados ainda hoje por tua bondade e compreensão.
Não temas incomodar-te, nem percas tempo, quanto a isso,
porquanto se adiarmos o socorro para
amanhã, ser-nos-á talvez preciso descer às tenebrosidades do abismo, a fim de
buscá-los, sofrendo muito mais.
XAVIER , Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Calma. Cap.
28, p.30.
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