O Oásis
Casimiro Cunha
Em torno, o despovoado, os lençóis de areia ardente...
O viajor vive o seu drama doloroso e comovente.
Nenhuma vegetação, nem a benção de uma fonte, o quadro é desolador, embora a luz do horizonte.
Cansado de sede e fome, sofre e sua, sonha e chora, desde a aurora rutilante às promessas de outra outrora.
Pede em vão, suplica a esmo, no auge das aflições, guardando na alma ansiedades, angústias, recordações.
O vento levanta a areia, desfigurando as paisagens, e o pobre sorri chorando na carícia das miragens.
Concentra-se, avança mais, quase morto de alegria; contudo, desfaz-se a tela dos planos da fantasia. arrasta-se amargamente, ralado de desventura, mas, na última esperança, surge um canto de verdura.
É o oásis que o Senhor, atento à nossa viagem, mandou para os caminheiros que persistam na coragem.
Nos trabalhos deste mundo, em rumo obscuro, incerto, muita vez encontrarás inclemências do deserto.
Deus vela.
Prossegue a luta, sem lamento, sem gemido...
Atingirá, talvez hoje, o oásis desconhecido.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 81, p.82.
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