Médiuns e Mediunidades
Cairbar Schutel
Cap. XXVI – Item 10
No falso pressuposto de que haja
médiuns e mediunidades mais importantes entre si, recordemos o velho apólogo
que Menênio Agripa contou ao povo amotinado de Roma, a fim de sossegar-lhe o
espírito em discórdia.
“Se o cérebro, por reter a ideação fulgurante, desprezasse o estômago ocupado na tarefa obscura da digestão, a cabeça não conseguiria pensar;
se os olhos, por refletirem a luz, declarassem
guerra aos intestinos por serem eles vasos seletores de resíduos, decerto que,
a breve tempo, a retina seria espelho morto nas trevas, e se o tronco, por
sentir-se guindado a pequena altura, condenasse os pés por viverem ao contato
do solo, rolaria o corpo sem equilíbrio.”
E, de nossa parte, ousaríamos
acrescentar à antiga fábula que tudo, no campo da sequencia da natureza, é
solidariedade e cooperação.
Se os braços desaparecerem, os pés se fazem mais ágeis;
em sobrevindo a surdez, acusa o olhar penetração mais intensa;
se a visão surge apagada, o tato mais amplamente se desenvolve;
se o
baço é extirpado, a medula óssea trabalha com mais afinco, de modo a satisfazer
as necessidades do sangue.
Qual acontece no mundo orgânico, a
Doutrina Espírita é um grande corpo de revelações e de bênçãos, no qual cada
médium possui tarefa específica.
Esse esclarece...
Aquele consola...
Outro pensa feridas...
Aquele outro anula perturbações...
Esse incorpora sofredores
angustiados...
Aquele transmite elucidações de
instrutores devotados à grande beneficência...
Outro recebe a palavra construtiva...
Aquele outro se incumbe da mensagem
santificante...
Como é fácil observar, o passe
curativo é irmão da prece confortadora, a desobsessão é o reverso da iluminação
espiritual e o verbo fulgente da praça pública é outra face do livro que o
silêncio abençoa.
Em nossa esfera de serviço, portanto,
já que prescindimos do profissionalismo religioso, não existem
médiuns-pastores, médiuns-gerentes, médiuns-líderes ou médiuns-diretores,
porquanto a cada qual de nós cabe uma parte do grande apostolado de redenção que
nos foi atribuído pela Espiritualidade Maior.
E se todos nós, em conjunto, temos um
mentor a procurar e a ouvir de maneira especialíssima, no plano da consciência
e no santuário do coração, esse Mentor é Nosso Senhor Jesus-Cristo – o Sol do
Amor Eterno – a cuja luz, no grande dia de nossos mais altos ajustamentos,
deveremos revelar em nós mesmos a divina essência da Sua lição divina:
– ”A cada qual por suas obras”
XAVIER, Francisco Cândido; Waldo Vieira Por Espíritos Diversos. Espírito da verdade, cap11. Jesus Cristo: Ilustração
Reproduzida da Internet.
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