O Espiritismo Pergunta
Militão Pacheco
Cap. I – Item 9
Meu irmão, não te permitas
impressionar apenas com as alterações que convulsionam hoje todas as frentes de
trabalho e descobrimentos na Terra.
Olha para dentro de ti mesmo e
mentaliza o futuro.
O teu corpo físico define a
atualidade do teu corpo espiritual.
Já viveste, quanto nós mesmos, vidas
incontáveis e trazes, no bojo do espírito, as conquistas alcançadas em longo
percurso de experiências na ronda de milênios.
Tua mente já possui, nas criptas da
memória, recursos enciclopédicos da cultura de todos os grandes centros do
Planeta.
Teu perispírito já se revestiu com
porções da matéria de todos os continentes.
Tuas irradiações, através das roupas
que te serviram, já marcaram todos os salões da aristocracia e todos os
círculos de penúria do plano terrestre.
Tua figura já integrou os quadros do
poder e da subalternidade em todas as nações.
Tuas energias genésicas e afetivas já
plasmaram corpos na configuração morfológica de todas as raças.
Teus sentidos já foram arrebatados ao
torvelinho de todas as diversões.
Tua voz já expressou o bem e o mal em
todos os idiomas.
Teu coração já pulsou ao ritmo de
todas as paixões.
Teus olhos já se deslumbraram diante
de todos os espetáculos conhecidos, das trevas do horrível às magnificências do
belo.
Teus ouvidos já registraram todos os
tipos de sons e linguagens existentes no mundo.
Teus pulmões já respiraram o ar de
todos os climas.
Teu paladar já se banqueteou
abusivamente nos acepipes de todos os povos.
Tuas mãos já retiveram e dissiparam
fortunas, constituídas por todos os padrões da moeda humana.
Tua pele, em cores diversas, já foi
beijada pelo Sol de todas as latitudes.
Tua emoção já passou por todos os
transes possíveis de renascimentos e mortes.
Eis por que o Espiritismo te
pergunta:
– Não julgas que já é tempo de renovar?
Sem renovação, que vale a vida
humana?
Se fosse para continuares repetindo
aquilo que já foste e o que fizeste, não terias necessidade de novo corpo e de
nova existência – prosseguirias de alma jungida à matéria gasta da encarnação
precedente, enfeitando um jardim de cadáveres.
Vives novamente na carne para o
burilamento de teu espírito.
A reencarnação é o caminho da Grande
Luz.
Ama e trabalha.
Trabalha e serve.
Perante o bem, quase sempre, temos
sido somente constantes na inconstância e fiéis à infidelidade, esquecidos de
que tudo se transforma, com exceção da necessidade de transformar.
XAVIER, Francisco Cândido; Waldo Vieira Por Espíritos Diversos. Espírito da verdade, cap 18. Jesus Cristo: Ilustração Reproduzida da Internet.
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