Elegância
A vida moderna caracteriza-se pela informalidade, pela
pressa e pelas mudanças constantes.
Hábitos até pouco tempo bastante difundidos, hoje são raros.
A carta escrita a mão foi substituída por mensagem via
e-mail.
Poucos homens permanecem puxando a cadeira para suas
companheiras ou abrindo a porta do carro para elas.
Malgrado todo o interesse por almas gêmeas e temas da
espécie, o romantismo parece quase extinto.
Há muita afoiteza em começar, consumar e terminar os
relacionamentos.
Prestar atenção no companheiro, identificar seus sonhos e os
tesouros de seu mundo íntimo, tudo isso se afigura terrivelmente fora de moda.
Tal descuido com a essência do ser humano está presente em
quase todas as espécies de relações.
Tem-se pressa para tudo.
Essa urgência desmedida faz com que regras básicas de
educação sejam constantemente ignoradas.
Os cumprimentos, quando existem, são lacônicos e despidos de
calor.
Uma palavra mal posta é de pronto devolvida.
Não se para para pensar se o interlocutor enfrenta algum
problema e por isso se manifesta com rudeza.
Afinal, tem-se pressa, embora raramente se tenha um objetivo
nobre a embasar os atos que ela inspira.
Nesse contexto, desentendimentos surgem à toa e rápido
degeneram em antipatias e inimizades.
É mais fácil julgar, responder e reagir de plano.
Refletir, compreender, preservar e aprofundar vínculos
demanda tempo.
É difícil ignorar as pressões do mundo moderno.
Globalismo, competitividade, empregabilidade, há inúmeros
conceitos que inspiram a pressa.
Às vezes até a explicam, mas não a justificam, no trato com
o semelhante.
Afinal, a afoiteza não pode justificar converter-se o homem
em um bruto insensível.
Para permanecer civilizado, é preciso preservar um pouco da
tradicional e boa elegância.
Ao contrário do que talvez sugira, o termo elegância não
implica forçosamente a adoção de vestuários requintados e gestos afetados.
Segundo o dicionário, um dos significados de elegância é
distinção de maneiras.
Ser elegante é ser distinto, atencioso e polido.
É prestar atenção nas necessidades dos que o rodeiam e
tratá-los como pessoas importantes.
Elegância implica abster-se de expressões rudes e não se
envolver em discussões ácidas e ferinas.
Elegante é não falar dos ausentes, é não ser uma presença
desagradável aos demais.
Para quem responde tudo ao pé da letra e não costuma levar
desaforo para casa, ser elegante constitui um grande desafio.
Contudo, quem fala e age sem pensar, cedo ou tarde se
arrepende e percebe que fez bobagem.
Atos impulsivos e grosseiros destroem oportunidades pessoais
e profissionais.
Ninguém gosta de estar perto de um grosseirão.
Mas você jamais se arrependerá de ser elegante.
Talvez no princípio estranhe não responder quando provocado.
Ser gentil e obsequioso em face de ofensas e grosserias
demanda uma boa dose de disciplina.
Mas você colherá os melhores frutos desse novo naipe de
comportamento.
Quem o maltratar fatalmente ficará constrangido, ao perceber
o esmero de sua educação.
E gradualmente um novo padrão de conduta se estabelecerá em
torno de você.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento
Espírita, v. 14 , no livro Momento
Espírita, v. 7, ed. Fep. e em www.momento.com.br.
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