18-A DERRUBADA
Casimiro Cunha
Rangem troncos seculares aos golpes do lenhador.
É o machado formidando no impulso renovador.
Toda a floresta se agita em terríveis convulsões, continua a derrubada que precede as plantações.
Sol quente. Suor. Serviço.
E as árvores vigorosas estraçalham com fragor as frondes cariciosas.
Após o trabalho ingente, a invasão do fogaréu; Fumo espesso devorando a doce amplidão do céu.
Gritam aves assustadas, sem ninho, sem paz, sem guia, animais inferiores vão fugindo em correria.
A seguir vem a coivara completando a grande prova, é o termo da derrubada a favor da vida nova.
Somente aí são possíveis, pasto verde e espiga loura, pomares e sementeiras, celeiro, casa e lavoura.
Já observastes que o homem, ao longo de toda a estrada, precisa também, por vezes, das foices da derrubada? É a dor proveitosa e rude, surgindo em golpes violentos, a força que retifica a mata dos sentimentos.
Sem trabalho não teremos, no caminho universal, nem casa com Jesus -Cristo nem pão espiritual.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 18, p.17.
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