43-A PONTE
Casimiro Cunha
Onde a estrada se biparte, parando sem que prossiga, manda o Pai que se construa a ponte bondosa e amiga.
Consagrada ao bem dos outros, todo instante atenta a isso, dom dos céus a revelar o espírito de serviço.
Suspensa sobre as alturas, onde uma queda ameaça, sem privilégio a ninguém, a ponte serve a quem passa.
Sempre pronta no caminho, no seu esforço incessante, todo o tempo, dia e noite, é bondade vigilante.
Sanando dificuldades, dá-se ao que vai e ao que vem, pratica com todo o mundo a divina lei do bem.
Por gozar-lhe toda hora, seu constante e terno amor, os homens nunca refletem na extensão do seu valor.
Muita vez é necessário, para que homem possa sentir, que em meio da tempestade, a ponte venha a cair.
No instante em que cada qual vê que o bem próprio periga, já ninguém mais desconhece, quem era essa grande amiga.
A ponte silenciosa, no esforço fiel e ativo, é um apelo à lei do amor, sempre novo, sempre vivo.
Vendo-a nobre e generosa, servindo sem altivez, convém saber se já fomos como a ponte alguma vez.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 43, p.44.
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