30-A LAVOURA
Casimiro Cunha
Pelo bem da roupa limpa não se esqueça a criatura dos serviços que custou o esforço da lavadura.
Raramente se recorda, na tarefa rotineira, o trabalho, o sacrifício do campo da lavadeira.
Porque, em verdade, a tarefa, inclui disciplina e dores, não se lava roupa suja, usando perfume e flores.
Por limpar-se no caminho necessário à experiência, não foge à imersão completa nas águas da Providência.
Não dispensa o gosto amargo do concurso do sabão, alijando-se a bagagem de sujidade ou carvão.
Passado o atrito da esfrega, que impõe cansaço e aspereza, transporta-se ao coradouro, apurando-se a limpeza.
Depois, é a volta bendita, à água cariciosa, que atende à saúde humana, com bênçãos de mãe bondosa.
Qualquer recurso ao lavar, com sabão ou corrosivo, requisita paciência, vigilância e esforço ativo.
O serviço dessa ordem faz lembrar ao pensamento a lavadura precisa as roupas do sentimento.
Vivamos tranquilamente, sem olvidar, entretanto, que nossa alma necessita lavar-se em suor e pranto.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 30, p.31.
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