Minutos de Paz !

quarta-feira, outubro 13, 2010




As rosas do infinito

Momento Espírita
 

Em deslumbrante paisagem das Esferas Superiores do mundo espiritual, realizava-se singular exposição.



A paisagem exuberante fora carinhosamente preparada para a ocasião.



Flores de todos os tipos enfeitavam o ambiente numa festa de cores e perfumes.



Diversos mensageiros ali se apresentavam, trazendo os buquês de flores das suas virtudes para uma importante avaliação de méritos.



Os exemplares eram colocados, cada um a seu tempo, sobre uma toalha de linho translúcido para que pudesse se processar a análise das luzes que os coroavam.



O primeiro grupo se aproximou trazendo uma braçada de rosas, tecidas com as emoções do carinho materno que, lançadas sobre a toalha expediram suaves irradiações de azul indefinível, e os anjos abençoaram o devotamento das mães, que preservam os tesouros de Deus, na posição de heroínas desconhecidas.



Em seguida, alegre comissão juvenil trouxe para exame um delicado ramalhete de açucenas, estruturadas nos sonhos e esperanças dos jovens que sabem manter fidelidade ao Criador, e raios verdes de brilho intraduzível se projetaram em todas as direções.



Logo após, lindas crianças foram portadoras de formosa auréola de jasmins, nascidos da ternura infantil, e que, depostos sobre a toalha, emitiram alvíssima luz, semelhante a fios de aurora sobre a neve.



Depois, pequeno agrupamento de criaturas iluminadas trouxe bela grinalda de cravos rubros, colhidos na renunciação dos sábios e dos heróis, a serviço da Humanidade, que exteriorizaram filigranas de luz avermelhada, quais se fossem rubis etéreos.



Em último lugar, compareceu a mais humilde comissão da festa.



Quatro almas, revelando características de extrema simplicidade, surgiram com um ramo singelo e triste. Eram rosas mirradas, de cor arroxeada, mostrando manchas esbranquiçadas ao longo de hastes espinhosas.



Depostas sobre a toalha, inflamaram-se de luz brilhante, a irradiar-se do recinto até a imensidão dos céus.



Inesperada comoção encheu de lágrimas os olhos espantados da enorme assembleia.



E porque alguns dos presentes chorassem com interrogações imanifestas, o grande juiz da exposição esclareceu emocionado:



Estas flores são as rosas de amor que raros trabalhadores do bem cultivam nas sombras. São pérolas de sentimento puro, de fraternidade real, da suprema consagração à virtude, do amor incondicional ao próximo.



Somente as almas libertas de todo o egoísmo conseguem servir a Deus, em meio às trevas e ao desespero.



Os espinhos que se destacam nas hastes agressivas simbolizam as dificuldades superadas...



As pétalas roxas significam o arrependimento e a consolação dos que já se transferiram da desolação para a esperança...



E os pontos brancos expressam o pranto silencioso e aflitivo dos heróis anônimos que sabem cultivar flores de virtudes no pântano, e servir sem reclamar...



E, entre cânticos de alegria, as rosas luminosas das virtudes cultivadas em meio aos sofrimentos terrenos, subiram rutilantes ao infinito...


*   *   *


As flores mais sublimes para o céu nascem na Terra, e são plantadas por criaturas que sabem viver para a vitória do bem.



São cultivadas com o suor do trabalho incessante e com as lágrimas silenciosas do próprio sacrifício.



Redação do Momento Espírita com base no cap. 25 do livro Contos e apólogos, pelo Espírito Irmão X, psicografia de  
Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.


Disponível < www.momento.com.br>