Minutos de Paz !

quinta-feira, fevereiro 02, 2012

Fenômenos da Mediunidade - Deuza Nogueira


Fenômenos da Mediunidade

Deuza Nogueira  entrevista realizada no canal IRC #Espiritismo
 

Esta é a forma pela qual se estabelece uma comunicação entre espíritos. Porém para sua melhor realização, é preciso que o médium estude a Doutrina, a fim de evitar dúvidas e inseguranças em seu trabalho.

Para início de conversa, é preciso fazer uma distinção entre mediunidade e Espiritismo, já que não foi este quem a inventou. Desta forma, temos médiuns e fenômenos mediúnicos em todas as situações e tempos, nos templos ou fora deles, até mesmo nos meios ateus. Na própria Bíblia, que consideramos o livro básico do povo hebreu, vemos desfilar inúmeros fenômenos mediúnicos, a começar por Moisés, os profetas, Jesus e os apóstolos.

Então, observamos que, no fundo, o objetivo do fenômeno mediúnico é nos conscientizar de que somos espíritos imortais e essa certeza muda bastante nossas posições diante da vida, das criaturas com que convivemos e da nossa própria intimidade.

A codificação de Allan Kardec nos esclarece sobre a triplicidade que nos caracteriza: somos espíritos, temos um perispírito e um corpo somático enquanto estamos encarnados. Através disto, podemos estabelecer relações com outras criaturas idênticas a nós, só que sem o corpo físico, pois, na verdade, jamais estaremos separados dos seres que amamos, seja consciente ou inconscientemente.

Ser médium não é um privilégio ou um diploma de bondade, mas uma grande oportunidade de crescer, aprender a conviver com o outro.

Caso aproveitemos bem esta oportunidade concedida por Deus, com certeza poderemos ser uma benção na vida do próximo, mesmo que de maneira anônima. Sendo assim, é importante contarmos com a iluminação de Jesus, a fim de que possamos realmente ver a parte que nos toca na harmonia da sociedade em que vivemos, além de nos dar coragem para que tenhamos humildade e fidelidade no cumprimento de nossos deveres diante da lei divina.


O que são fenômenos mediúnicos? Como saber se um fenômeno é ou não obra de mediunidade?

Deuza Nogueira – Mediunidade é comunicação, logo, o fenômeno mediúnico é a relação entre dois espíritos através de uma sintonia mental, registrada pelo perispírito de uma maneira “material”. Necessário se faz estabelecer uma diferenciação entre o fenômeno mediúnico, que é a comunicação entre espíritos, e o fenômeno anímico, ou seja, a eclosão de potências da alma, no qual a criatura não se comunica com alguém, mas apenas dá expansão ou desenvolve uma potencialidade própria.

No fenômeno anímico, a criatura tem a possibilidade de perceber um pouco mais as situações, como, por exemplo, nos casos de dupla vista, quando a pessoa possui uma percepção nítida, detalhada e, às vezes, antecipada da realidade ao seu redor que não é percebida por outros indivíduos. Neste caso, temos a criatura vivendo por antecipação um estágio que poderíamos considerar como sendo de“quase desencarnado”.



Qual a importância do autoconhecimento e do médium, por meio deste, saber separar o fenômeno mediúnico do anímico?

Deuza Nogueira – Costumo agradecer a Deus pela mediunidade como fator importantíssimo de autoconhecimento,pois é muito difícil criarmos espaços para a auto-análise em nossa vida tumultuada. Mas vemos nossa própria história através do fenômeno mediúnico, que é o contato com o outro.
 
 Quantas vezes, em reuniões de socorro espiritual, ao observarmos as características do socorrido, pensamos assim: “Nossa, se eu desencarnasse ontem, esta poderia ser minha história”. E aí vem uma vontade muito grande de consertarmos arestas, de reatarmos laços rompidos por motivos tão fúteis, de aproveitarmos nosso tempo.

Portanto, através da mediunidade, somos socorridos.



Quando se fala em mediunidade, logo pensamos que é uma pessoa boa que tem o dom. Mas qualquer tipo de pessoa é capaz de ser médium, independentemente de sua moral ou seu propósito?

Deuza Nogueira – Sim, a mediunidade é como um martelo, uma ferramenta que é dada ao indivíduo para que ele construa uma obra. Só que reencarnamos e esquecemos, então, o martelo que seria para a construção pode ser usado para agressões, podemos danificar seu cabo e derreter a parte metálica para vender etc.

A mediunidade está radicada no organismo perispirítico e pode ser um meio de elevação, dependendo da vontade, do critério e do sentimento daquele que a porta.

Por que os fenômenos mediúnicos não são pesquisados cientificamente e, quando tal acontece, sempre fica um aspecto de charlatanismo? Por que não dá para provar a existência de um espírito da mesma forma que a eletricidade se mostra quando se acende uma lâmpada?

Deuza Nogueira – Atualmente, temos informações pela mídia que atendem aos interesses dos patrocinadores, observamos que nem todas as pesquisas são divulgadas, os interesses são vários.

Mas, no passado, tivemos inúmeros pesquisadores, como Ernesto Bozzano, William Crookes, Charles Richet, entre outros, que começaram a pesquisar os fenômenos mediúnicos justamente para provar que eram falsos e todos eles tiveram a coragem de publicar seus trabalhos atestando a veracidade dos fenômenos, usando métodos de pesquisa rigorosamente científicos, muitas vezes, bem dolorosos para os médiuns que serviam às pesquisas.

Talvez esteja se referindo à notícia sobre uma menina, filha de matemáticos, que fez uma pesquisa praticamente de adivinhação, que não é o objetivo do fenômeno mediúnico, segundo a orientação espírita.

Após a reportagem sobre os efeitos do passe, que é usado de forma até profissional nos Estados Unidos, ficou claro que a presença da menina teve o propósito de ridicularizar a prática. Porém, temos muito mais registros dos efeitos magnéticos, inclusive nos países do antigo regime comunista, do que uma simples opinião isolada respeitável.

                                                  

Os fenômenos mediúnicos de cirurgias espirituais são uma realidade. Porém, sua divulgação na televisão, no rádio e nos jornais não causa perplexidade na opinião pública? Tal procedimento não provoca um impacto negativo contra nossa doutrina?

Deuza Nogueira – O fenômeno mediúnico tem como característica impactar, chamar a atenção, promover discussão e pesquisa.

Uma coisa é o fenômeno mediúnico em si, outra coisa é a visão espírita dele. O simples fato de existir uma ocorrência mediúnica não quer dizer que seja um fenômeno ou comportamento abalizado pela doutrina espírita. Assim, temos médiuns em diferentes credos, com opiniões e comportamentos inteiramente desvinculados da orientação espírita, que é a mediunidade com Jesus. E a função do Espiritismo não é criticar esses médiuns, mas oferecer a conceituação teórica do fenômeno e o procedimento comportamental do espírita diante dele.


                                                   
Qual é o dano que a mediunidade pode causar a uma pessoa que não segue a doutrina?

Deuza Nogueira – Dependerá sempre do sentimento da criatura. Note-se que a doutrina espírita é muito nova e, além disso, temos os processos de canonização dos “santos” da Igreja Católica referenciados por curas, aparições, defesas, visões etc. Essas criaturas não foram espíritas, mas muitas delas utilizaram o fenômeno mediúnico com a conotação perfeita, que é o serviço desinteressado de auxílio ao semelhante. Ou seja, é o bem pelo bem.


Especial

Emmanuel diz que a intuição será a mediunidade do futuro. estaremos tão preocupados com as questãoes transcendentais que ficaremos entediados com o deslumbramento pelas coisas materiais .

                                                   

Qual é a influência da mediunidade sobre a saúde?

Deuza Nogueira – Se a mediunidade está radicada no organismo perispiritual e o perispírito é o grande regulador de energias e forças, então, caso ela não seja usada convenientemente, teremos uma intoxicação magnética, se assim podemos nos expressar, trazendo desconforto, perturbação, aquela coisa de sentir “não sei o que”. Porém, a mediunidade bem orientada, como canal por onde flui o amor, trará ao médium os benefícios da alegria, do bem-estar íntimo e, conseqüentemente, da saúde no sentido integral.

                                                      

Qual é a tendência dos fenômenos mediúnicos nesta mudança de milênio, na qual ficam bem claras as modificações em nosso ambiente?

Deuza Nogueira – Emmanuel diz que a intuição será a mediunidade do futuro. Estaremos tão preocupados com as questões transcendentais que ficaremos entediados com o deslumbramento pelas coisas materiais.

A vida fluirá tão naturalmente que teremos condições de perceber as coisas e os seres que estão ao nosso redor.
                                                   

Como se apresenta o fenômeno de apport? É um fenômeno raro?

Deuza Nogueira – O apport é um raro fenômeno de efeitos físicos, ou seja, para que ele ocorra, necessita- se da contribuição de um médium de efeitos físicos, que possui a capacidade de exteriorizar fluido animal, magnético ou nervoso, o ectoplasma. Ele não precisa estar no local do fenômeno, pode morar nas redondezas. Muitas vezes, a simples passagem do médium pelo local faz com que os espíritos extraiam dele o fluido, acondicionando-o e utilizando-o no momento exato.

                                                   

Podemos considerar o desdobramento como um fenômeno mediúnico? Qual é a melhor forma de utilizá- lo em conformidade com a lei divina?

Deuza Nogueira – O desdobramento pode ser um fenômeno mediúnico ou anímico. Será mediúnico quando o médium, afastando-se do corpo físico de maneira natural ou provocada por um espírito, entra em relação com outros espíritos, olha o ambiente espiritual do local em que está o corpo, faz viagens, trabalhos etc. Agora, será um fenômeno anímico quando a própria criatura, usando sua vontade, decidir sair do corpo para atender a interesses diversos.

                                                

O desdobramento provocado conscientemente pode ser perigoso para quem o pratica?

Deuza Nogueira – Com certeza, porque dificilmente mantemos uma estabilidade no bem. Nosso padrão vibratóriooscila, nossos sentimentos passeiam entre o bem e o mal, daí a dificuldade em selecionarmos boas companhias. Além disso, poderemos travar contatos bem dolorosos e trazermos vibrações infelizes dos lugares que freqüentarmos desdobrados, acarretando prejuízos ao nosso equilíbrio geral.

                                                     


                                                          
Um bebê se desdobra? Qual o objetivo disto?

Deuza Nogueira – O bebê vive desdobrado, já que a encarnação só se completa por volta dos sete anos de idade. É por isso que o bebê dorme tanto. Na verdade, ele está se adaptando ao novo corpo e conversando com os guias, observando comportamentos de seus pais. Daí o extremo cuidado que se deve ter nas conversações, nos sentimentos e nos pensamentos quando se está em contato com o recém-nascido. E isso é tão sério que, às vezes, fico pensando na quantidade de espíritos que desistem de viver logo no começo de suas existências por se sentirem fracos diante de um ambiente vibracional tão negativo.

                                                     
Como classificar o fato de pressentimentos e coincidências acontecerem em cascata a uma pessoa?

Deuza Nogueira – Imaginemos alguém no alto de uma montanha e dois carros a uma grande distância, mas que irão se chocar. Isso é o pressentimento. Na verdade, o espírito se coloca acima da realidade do dia-a- dia e observa, muitas vezes, o planejamento espiritual daquela pessoa ou grupo social. Acontece em cascata porque a criatura está apta para tal ocorrência e vale sempre nos perguntarmos em oração: “Por que, meu Deus, estou tendo esta percepção?

Qual a melhor maneira de ser útil, de ajudar as criaturas envolvidas neste acontecimento”? Observemos que, na mediunidade com Jesus, não basta a simples constatação e confirmação do fenômeno em si, é necessário crescermos com ele, termos na mediunidade uma ferramenta de serviço em nome de Deus.

                                                
“Mediunidade sem estudo não é mediunidade, é fenômeno”.
O que você poderia comentar sobre esta frase? O que pensar dos médiuns que procuram o trabalho mediúnico imediato, alegando fins caridosos, e se esquecem ou abandonam conscientemente seu preparo intelectual, dizendo que isso é repetitivo ou desnecessário?

Deuza Nogueira – Ótima pergunta. Na verdade, precisamos descobrir o que está ocorrendo conosco, qual o processo, para sabermos agir com segurança. O médium que não estuda pode ter um bom sentimento, mas sempre terá insegurança, medo de surpresas desagradáveis.

A caridade poderá acontecer através do sentimento do médium e do merecimento do assistido,mas sempre restará a dúvida: “Será que agi convenientemente?

Qual é meu papel dentro disso tudo?

Estou sendo um joguete? Que tipo de forças e espíritos estão me assistindo? Por que tantas sensações tão diferentes e, às vezes, divergentes”? O estudo é fator de segurança para a ação no bem.

                                                 

Como devemos entender o desenvolvimento ou a educação da mediunidade?

Deuza Nogueira – Na questão 200 de O Livro dos Médiuns, Kardec diz que o desenvolvimento da mediunidade guarda relação direta com o desenvolvimento do indivíduo. E como podemos nos desenvolver?

Emmanuel nos diz que o progresso perfeito se dá através da criação de duas asas: a da sabedoria e a do amor.

Assim, desenvolveremos a sabedoria através da reflexão dos estudos e da interpretação dos fatos da vida pelo que aprendemos, enquanto que o desenvolvimento do amor se operará através do trabalho no bem. Lembre-se de que não há alguém que seja bom médium se não for um médium bom! Se mediunidade é comunicação, temos que aprender a conviver com a diversidade humana e isto nos dará uma base melhor para o intercâmbio mediúnico. Observemos que não existe mediunidade só para bom espírito, ela é uma força neutra em si mesma. Então, o médium deverá acumular um potencial de bondade tão grande em seu coração que mesmo a chegada de um irmão cristalizado no mal será um benefício para o sentimento deste companheiro quando do contato com o conteúdo de amor deste médium.
                                                 

Como se faz para saber se uma pessoa tem algum dom mediúnico?

Deuza Nogueira – Uma das características do fenômeno espírita é a espontaneidade.

Assim, no curso de médiuns, o que ocorre não é um treinamento ou uma tentativa de forçar uma eclosão mediúnica, mas uma oportunidade de conscientização sobre quem somos e o que devemos fazer, a fim de atrairmos quem devemos. É por isso que surge a orientação para que se estude, cultive-se a quietude, o clima de prece e o trabalho no bem. Nestas condições, com certeza estaremos nos tornando criaturas melhores e atraindo a simpatia dos bons espíritos.
                                                    
Por que se diz que “o médium é responsável pela comunicação que recebe”, mesmo para aqueles ditos inconscientes?

Deuza Nogueira – Para ocorrer qualquer comunicação mediúnica, é necessário consentimento, isto é, temos que permitir que esta ocorra em algum momento.

Esta permissão se dá através de um pensamento, um sentimento, uma palavra, um ideal, que são verdadeiros veículos evocadores. Assim, mesmo para os médiuns ditos inconscientes, houve um momento de brecha no qual a sintonia com o plano espiritual se estabeleceu. Daí a responsabilidade.
                                                    
Por que algumas pessoas só descobrem a mediunidade na idade avançada?

Deuza Nogueira – Porque estão maduras para utilizarem a ferramenta.
Lembremo-nos que o espírito não tem idade, tem oportunidade. O próprio Kardec, quando começou a tarefa de codificação da doutrina espírita, não era jovem, mas, em três anos, produziu muito mais do que muitos de nós em séculos.

                                                         

As pessoas que sentem a presença dos espíritos e começam a fazer o curso para trabalharem sua mediunidade sabem qual o tipo que desenvolverão, como vidência, psicografia, entre outras?

Deuza Nogueira – Poderão saber ou não. Muitas vezes, essas pessoas já chegam aos cursos apresentando definições de trabalho e, em outras circunstâncias, a própria espiritualidade nos encaminha para que possamos treinar e nos colocar no ambiente certo para o serviço espiritual .

Uma coisa é o fenômeno mediúnico em si, outra  coisa é a visão espírita dele. O simples fato de  existir uma ocorrência mediúnica não quer dizer que seja um fenômeno ou comportamento abalizado pela Doutrina Espírita

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