Minutos de Paz !

segunda-feira, novembro 17, 2025

Tarefas - Emmanuel

 

Tarefas

Emmanuel

Tema principal

Reunião pública de 1-12-1961.

1ª Parte — Cap. IX — Item 22.

 

 

Os Espíritos Puros desempenham missões gloriosas; 


contudo, embora as imperfeições que ainda nos assinalam, todos temos função pessoal e intransferível nas engrenagens do mundo.

  

Não te afirmes à margem, nem te dês por inútil.

 

Não alegues impedimento, nem desertes da atividade que a vida te reservou.

 

Repara as lições que vertem, silenciosas, do livro da natureza.

 

Se os vermes parassem de trabalhar, por se reconhecerem insignificantes, o solo ressecar-se-ia, infecundo, incapaz de solucionar os problemas humanos.

 

Se as sementes invejassem a posição das árvores maduras e generosas que lhes presidem à espécie, desistindo, por isso, do esforço obscuro na germinação e no crescimento, em pouco tempo a esterilidade anularia os recursos da Terra.

 

Se as papoulas deixassem de produzir, revoltadas contra aqueles que lhes deturpam a essência nos mercados de ópio, deixariam de aliviar as dores do enfermo desesperado.

 

Se as fontes singelas fugissem de sustentar os grandes rios e as grandes represas, a pretexto de se notarem humildes, ante as grossas correntes que lhes formam a imensidade, o homem não contaria com esse ou aquele maior cabedal de força.


Honremos o posto de ação em que fomos localizados.

 

Diante da Lei, não há serviço aviltante.

 

As mãos que assinam decretos não vivem sem aquelas outras que preparam a mesa.

 

Os braços que conduzem arados são apoios daqueles outros que movem as máquinas poderosas.

 

Suor na indústria é sustento de todos.

 

Asseio na rua é proteção à comunidade.

 

Não vale amontoar rótulos passageiros, nem atabalhoar-se com muitos compromissos ao mesmo tempo.


Importa, acima de tudo, fazer bem o que se deve fazer.

 


XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel  . Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 79. Jesus Cristo: Ilustração Reproduzida da Internet. Arte :Monifath99. 

 

domingo, novembro 16, 2025

Lugares de Expiação - Emmanuel


Lugares de Expiação

Emmanuel

Tema principal

Reunião pública de 27-11-1961.

1ª Parte — Cap. IV — Item 4.

 

Múltiplas são as conceituações dos infernos exteriores.


Para os hindus de várias legendas religiosas da antiguidade, a região do sofrimento, para lá do sepulcro, dividia-se em dezenas de secções, nas quais os Espíritos culpados experimentavam os martírios do fogo e da asfixia, dos botes de serpentes e aves famélicas, de venenos e martelos, lâminas e prisões.

 

Entre os chineses, acreditava-se que os condenados, após o decesso, atravessavam privações e torturas, até caírem, exaustos, numa espécie de segunda morte, com o suposto aniquilamento do próprio ser.

 

Egípcios possuíam aparatosos regimes de corrigenda para os mortos que fossem implacavelmente sentenciados a penas aflitivas, sob as vistas de Anúbis.  

 

A crença popular grega admitia a existência de abismos insondáveis, além-túmulo, onde os maus eram atormentados por agonias cruéis.

 

E, seguindo por vasta escala de concepções, a teologia relaciona infernos hebraicos, persas, romanos, escandinavos, muçulmanos e ainda os que são até hoje perfilhados pelos diversos departamentos da atividade cristã.

 

Não ignoras que os sistemas de castigo, mentalizados para depois da morte, obedecem às idiossincrasias de cada povo, apresentando, por isso, variedades multiformes.


E sabemos igualmente, em Doutrina Espírita, que existem outros infernos exteriores, a cercar-nos na Terra, entre os próprios Espíritos encarnados.

 

Não longe de nós, vemos o inferno da ignorância, em que se debatem as inteligências sequiosas de luz, 


o inferno das necessidades primárias absolutamente desatendidas, 


o inferno dos entorpecentes, 


o inferno do lenocínio,


o inferno do desespero 


e o inferno das crianças desamparadas, 


todos eles gerando os suplícios da sombra e da loucura, do pauperismo e da enfermidade, do abandono e da delinquência.

 

Em razão disso, embora respeitando as crenças alheias, observemos as próprias ações, a fim de verificar o que estamos fazendo para extinguir os infernos que nos rodeiam.

 

E, sobretudo, aprendendo e servindo, vigiemos o coração para que a prática do bem nos garanta a consciência tranquila, de vez que todos somos responsáveis pela nossa própria condição espiritual.

 

Disse-nos o Cristo: “O reino de Deus está dentro de vós”  , ao que, de acordo com ele mesmo, ousamos acrescentar: e o inferno também.


XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel  . Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 78. Jesus Cristo: Ilustração Reproduzida da Internet. Arte : Monifath99. 


sábado, novembro 15, 2025

Anjos Desconhecidos - Emmanuel




Anjos Desconhecidos 

Emmanuel

Tema principal

Reunião pública de 24-11-1961.

1ª Parte — Cap. VII — Item 3 — § 20.

 

Há guardiães espirituais que te apoiam a existência no Plano físico e há tutores da alma que te protegem a vida mesmo na Terra.

 

Frequentemente, centralizas a atenção nos poderosos do dia, sem ver os companheiros anônimos que te ajudam na garantia do pão. 


Admiras os artistas renomados que dominam nos cartazes da imprensa e esqueces facilmente os braços humildes que te auxiliam a plasmar, no santuário da própria alma, as obras primas da esperança e da paciência.  


Aplaudes os heróis e tribunos que se agigantam nas praças; 


todavia, não te recordas daqueles que te sustentaram a infância, de modo a desfrutares as oportunidades que hoje te felicitam.  


Ouves, em êxtase, a biografia de vultos famosos e quase nunca te dispões a conhecer a grandeza silenciosa de muitos daqueles que te rodeiam, na intimidade doméstica, invariavelmente dispostos a te estenderem generosidade e carinho.

 

Homenageia, sim, os que te acenam dos pedestais que conquistaram, merecidamente, à custa, de inteligência e trabalho; 


contudo, reverencia também aqueles que talvez nada te falem e que muito fizeram e ainda fazem por ti, muitas vezes ao preço de sacrifícios pungentes.

 

São eles pais e mães que te guardaram o berço, professores que te clarearam o entendimento, amigos que te guiaram à fé e irmãos que te ensinaram a confiar e servir… 


Vários deles jazem agora, na retaguarda, acabrunhados e encanecidos, experimentando agoniada carência de afeto ou sentindo o frio do entardecer; 


alguns prosseguem obscuros e devotados, no amparo às gerações que retomam a lide terrestre, enquanto outros muitos, embora enrugados e padecentes, quais cireneus do caminho, carregam as cruzes dos semelhantes.

 

Pensa nesses anjos desconhecidos que se ocultam na armadura da carne, e, de quando em quando, unge-lhes o coração de reconhecimento e alegria.


Para isso, não desejam transfigurar-se em fardos nos teus ombros. 


Quase sempre, esperam de ti, simplesmente, leve migalha das sobras que atiras pela janela ou uma frase de estímulo, uma prece ou uma flor.


 

XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel  . Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 77. Anjo da Guarda: Ilustração Reproduzida da Internet. 


sexta-feira, novembro 14, 2025

Contrassensos - Emmanuel


Contrassensos

Emmanuel

Tema principal

Reunião pública de 17-11-1961.

1ª Parte — Cap. I — Item 2.

 

Quando a gota se viu semelhante a uma gema valiosa, na folhagem da primavera, insultou o rio em que se formara: 


Sai da frente, monstro do chão.


Quando o tronco se agigantou diante do firmamento, blasfemou contra a própria raiz: 


Não me sujes os pés.

 

Quando o vaso passou pela cerâmica em que nascera, gritou, revoltado: 


Não suporto essa lama.

 

Quando o ouro se ajustou ao palácio, indagou da terra que o produzira: 


Que fazes aí, barro escuro?

 

Quando a seda brilhou, na pompa da festa, disse à lagarta que lhe dera a existência: 


Não te conheço, larva mesquinha.

 

Quando a pérola fulgiu, soberana, exigiu da ostra em que se criara: 


Não te abeires de mim.

 

Quando o arco-íris se reconheceu admirado pelo pintor, acusou o sol de que se fizera: 


Não me roubes a luz.

 

Copiando esses contrassensos figurados da natureza, o homem insensato, quando erguido ao pedestal do orgulho pelos abusos da inteligência; 


costuma escarnecer de si próprio, afirmando jactancioso: 


A vida é poeira e nada, e Deus é ilusão.


XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel  . Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 75.  Ilustração Reproduzida da Internet.