Minutos de Paz !

quarta-feira, abril 30, 2025

Necessitados Difíceis - Emmanuel

 



 Necessitados Difíceis

Emmanuel

 

E - Cap. XII - Item 1

Em muitas circunstâncias na Terra, interpretamos as horas escuras como sendo unicamente aquelas em que a aflição nos atenaza a existência, em forma de tristeza, abandono, enfermidade, privação...


O espírita, porém, sabe que subsistem outras, piores talvez... 


Não ignora que aparecem dias mascarados de felicidade aparente, em que o sentimento anestesiado pela ilusão se rende à sombra.


Tempos em que os companheiros enganados se julgam certos...


Ocasiões em que os irmãos saciados de reconforto sentem fome de luz e não sabem disso...


Nem sempre estarão eles na berlinda, guindados, à evidência pública ou social, sob sentenças exprobatórias ou incenso louvaminheiro da multidão...


Às vezes, renteiam conosco em casa ou na vizinhança, no trabalho ou no estudo, no roteiro ou no ideal... 


O espírita consciente reconhece que são eles os necessitados difíceis das horas escuras. 


Em muitos lances da estrada vê-se obrigado a comungar-lhes a presença, a partilhar-lhes atividade, a ouvi-los e a obedecê-los, até o ponto doméstico lhe preceituem determinadas obrigações.


Entretanto, observa que para lhes ser útil, não lhe será lícito efetivamente aplaudi-los, à maneira do caçador que finge ternura à frente da presa, afim de esmagá-la com mais segurança.


*

Como, porém, exercer a solidariedade, diante deles? - perguntarás. 


Como menosprezá-los se carecem de apoio?


Precisamos, no entanto, verificar que, em muitos requisitos do concurso real, socorrer não será sorrir.


Todos conseguimos doar cooperação fraternal aos necessitados difíceis das horas escuras, seja silenciando ou clareando situações, nas medidas do entendimento evangélico, sem destruir-lhes a possibilidade de aprender, crescer, melhorar e servir, aproveitando os talentos da vida , no encargo que desempenham e na tarefa que o Mestre lhes confiou. 


Mesmo quando se nos façam adversários gratuitos, podemos auxiliá-los...


Jesus não recomendou festejar os que nos apedrejem a consciência tranquila e nem nos ensinou a arrasá-los. 


Mas, ciente de que não nos é possível concordar com eles e nem tampouco odiá-los, exortou-nos claramente: "amai os vossos inimigos, orai pelos que vos perseguem e caluniam!..." 


É assim que a todos os necessitados difíceis das horas escuras, aos quais não nos é facultado estender os braços de pronto, podemos amar em espírito, amparando-lhes o caminho, através da oração.

 

XAVIER, Francisco Cândido; Waldo Vieira Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz. Opinião espírita, cap 36. Jesus Cristo:  Ilustração Reproduzida da Internet. 

 

terça-feira, abril 29, 2025

Saber Viver - André Luiz

 


 Saber Viver

André Luiz


C - 1ª Parte - Cap. VII - Item 29


Toda Lei Divina revela serena imparcialidade. 


Fuga à responsabilidade não diminui o quadro de nossas obrigações.


Não adianta paralisares o teu relógio, porque as horas seguirão sempre, independentemente dele e de ti...


Toda transformação moral há de ser profunda. 


Mudanças aparentes não modificam o espírito para melhor.


O corte dos cabelos ou o uso do chapéu não te renovam os pensamentos no íntimo da cabeça...


Todo corpo há de ser governado pelo espírito. 


A rigor, a carne só é fraca quando reflete o ânimo indeciso.


Os sapatos aparentemente te conduzem os pés porque os teus pés os conduzem...


Todo empréstimo terrestre é passageiro. 


Imperioso desapegarmo-nos da matéria, desoprimindo o espírito.


Apenas dinheiro no bolso não te outorga a tranquilidade da consciência...


Toda pessoa para ser verdadeiramente feliz reclama trabalho. 


Mas somente o trabalho que serve bem de todos é alimento da Criação.


Algumas vezes encontramos irmãos nossos que se dizem cansados de trabalhar e acabam hospedados pela polícia.


Toda criatura tanto precisa de conhecimento quanto de bondade.


Nem só estudo e nem só benevolência libertam integralmente a alma.


Os óculos não te corrigem os defeitos da vontade e nem a vontade te corrige os defeitos da visão...


Todo coração necessita de amor. 


Urge discernir como se ama e como se é amado.


Os parasitos, decerto, agarram-se às próprias vítimas atendendo a impulsos de bem querer...


Toda existência tem objetivos específicos. 


A ação construtiva que surge para ser feita agora não deve ser adiada.


A tua carteira de identidade só vale para a presente encarnação...


O espiritismo ensinar-te-á como viver proveitosamente, em plenitude de alegria e de paz, ante o determinismo da evolução.


Viver por viver todos vivem.


O essencial é saber viver.


XAVIER, Francisco Cândido; Waldo Vieira Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz. Opinião espírita, cap 35. Jesus Cristo:  Ilustração Reproduzida da Internet. 

segunda-feira, abril 28, 2025

Santidade De Superfície - André Luiz




Santidade De Superfície

André Luiz


E - Cap. XVIII - Item 9


Muitos companheiros da convicção espírita costumam afirmar que:


Estão imbuídos de fé ardente, mas os inquisidores do passado que acendiam fogueiras pela imposição do "crê ou morre" também a possuíam;


Cultivam ilimitada cautela para não tombarem no erro, mas todos os religiosos que desertam da luta humana alegam prevenção contra o pecado para fugirem das obrigações sociais;


Adotam a tolerância invariável para com tudo, de modo a estarem completamente bem com todos, mas ao que nos parece, a História indica que o iniciador do comodismo perfeito, na edificação cristã, foi Pilatos, o juiz, que preferiu não examinar a grandeza de Jesus, a fim de não ter, nem sofrer problemas;


Agem unicamente sob o móvel das boas intenções e que, por isso mesmo, não concordam com disciplina de método na prestação da caridade, mas todos os que complicam as vidas alheias, a pretexto de fazerem o bem, na hora do desastre, asseveram chorando que se achavam impelidos pelos mais puros intentos;


Obedecem apenas aos impulsos do coração, mas os penitenciários, quando inquiridos sobre a motivação das faltas que o fizeram cair na criminalidade, esclarecem, de modo geral, que atenderam tão-só aos ditames do sentimento;


Consideram, de maneira exclusiva, o burilamento do cérebro, mas do ponto de vista da inteligência hipertrofiada no orgulho, todos os promotores de guerra, formaram e ainda formam entre as cabeças mais cultas da Humanidade;


Os companheiros da seara espírita, no entanto, sabem com Allan Kardec que o espírita é chamado a usar confiança e zelo, indulgência e bondade, pensamento e emoção, aliando equilíbrio e fé raciocinada, na base da reforma íntima, com serviço incessante aos outros.


Por esse motivo, efetuando a própria libertação dos semelhantes das cadeias mentais forjadas na Terra em nome da santidade de superfície, o espírita verdadeiro é conhecido por seu devotamento ao bem de todas as criaturas, e pela coragem com que dá testemunho da sua transformação moral.


*

Todos encontramos aqueles que se valem das nossas possibilidades de informação e esclarecimento, no tocante às verdades dos espíritos, entretanto, para agir acertadamente, recordemos o exemplo dos instrutores da Vida Maior, nos primeiros dias do Espiritismo.


Tolerar acessórios, sem transigir com o essencial.


Dosear a verdade, sem estimular a mentira.


Amparar o bem sem encorajar o mal.


Compreensão nobre, mas equilíbrio, sempre.


 XAVIER, Francisco Cândido; Waldo Vieira Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz. Opinião espírita, cap 33. Jesus Cristo na casa de Marta e Maria:  Ilustração Reproduzida da Internet. 

 

domingo, abril 27, 2025

Tolerância E Coerência - Emmanuel



 Tolerância E Coerência 

Emmanuel

E - Cap. X - Item 21


Compreender e desculpar sempre, porque todos necessitamos de compreensão e desculpa, nas horas do desacerto, mas observar a coerência para que os diques da tolerância não se esbarrondem, corroídos pela displicência sistemática, patrocinando a desordem.


Disse Jesus: "amai os vossos inimigos".


E o Senhor ensinou-nos realmente a amá-los, através dos seus próprios exemplos de humildade sem servilismo e de lealdade sem arrogância.


Ele sabia que Judas, o discípulo incauto, bandeava-se, pouco a pouco, para a esfera dos adversários que lhe combatiam a mensagem renovadora...


A pretexto de amar os inimigos, ser-lhe-ia lícito afastá-lo da pequena comunidade, a fim de preservá-la, mas preferiu estender-lhe mãos fraternas, até a última crise de deserção, ensinando-nos o dever de auxiliar aos companheiros de tarefa, na prática do bem, enquanto isso se nos torne possível.


Não ignorava que os supervisores do Sinédrio lhe tramavam a perda...


A pretexto de amar os inimigos, poderia solicitar-lhes encontros cordiais para a discussão de política doméstica, promovendo recuos e concessões, de maneira a poupar complicações aos próprios amigos, mas preferiu suportar-lhes a perseguição gratuita, ensinando-nos que não se deve contender, em matéria de orientação espiritual, com pessoas cultas e conscientes, plenamente informadas, quanto às obrigações que a responsabilidade do conhecimento superior lhes preceitua.

*

Certificara-se de que Pilatos, o juiz dúbio, agia, inconsiderado...


A pretexto de amar os inimigos, não lhe seria difícil recorrer à justiça de instância mais elevada, mas preferiu aguentar-lhe a sentença iníqua, ensinando-nos que a atitude de todos aqueles que procuram sinceramente a verdade não comporta evasivas.


Percebia, no sacrifício supremo, que a multidão se desvairava...


A pretexto de amar os inimigos, era perfeitamente cabível que alegasse a extensão dos serviços prestados, pedindo a comiseração pública, a fim de que se lhe não golpeasse a obra nascente, mas preferiu silencia e partir, invocando o perdão da Providencia Divina para os próprios verdugos, ensinando-nos que é preciso abençoar os que nos firam e orar por eles, sem, contudo, premiar-lhes a leviandade para que a leviandade não alegue crescimento com o nosso apoio.

*

Jesus entendeu a todos, beneficiou a todos, socorreu a todos e esclareceu a todos, demonstrando-nos que a caridade, expressando amor puro, é semelhante ao sol que abraça a todos, mas não transigiu com o mal.


Isso quer dizer que fora da caridade não há tolerância sem coerência.

 

XAVIER, Francisco Cândido; Waldo Vieira Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz. Opinião espírita, cap 32. Jesus Cristo e os Fariseus:  Ilustração Reproduzida da Internet. 

 


sábado, abril 26, 2025

Fenômenos E Nós - André Luiz


 Fenômenos E Nós 

André Luiz

M - Questão 60


O homem quer ver para crer.


Aspira à construção da fé. 


E para isso exige fenômenos.


Entretanto, é um espírito imortal a exprimir-se através de uma caixa de fenômenos e não percebe.


O cérebro é a maravilha que o abriga.


Na cúpula craniana tem a cabine da vontade, controlando bilhões de células a lhe cumprirem as ordens.


Como se ajustam lobos, sulcos, e giros, como funcionam meninges, veias e líquidos para que governe as próprias sensações não cogita para viver.


De que modo se comportam os neurônios para que possa pensar é problema de que não se preocupa, quando reflete.


Domina a linguagem sem pensar o esforço que lhe reclama das áreas corticais que lhe presidem a fala.


Enxerga dando trabalho aos nervos ópticos sem cogitar disso.


Ouve, por intermédio de complicados engenhos, mas não pondera quanto ao que essa preciosidade lhe custa.


Mobiliza tubos, artérias, alambiques, aparelhos, canais e depósitos variados para beber e comer, assimilar os recursos da vida e desvencilhar-se das gangas residuais da alimentação, todavia, às vezes atravessa uma existência secular sem a menor consideração por semelhantes prodígios.


Comumente reclama provas da sobrevivência da lama depois da morte, mas, até hoje, embora conjeture, não sabe exatamente como é que veio à vida.


Ninguém nega que fenômenos servem para acordar a mente, contudo, é imperioso reconhecer que as criaturas humanas, na experiência diária, comunicam-se umas com as outras, através de montanhas deles sem a mínima comoção.


Eis os motivos pelos quais os espíritos superiores, conscientes da responsabilidade que abraçam colocarão sempre os fenômenos em última plana no esquema das manifestações com que nos visitam.


Assim procedem porque a curiosidade inerte ou deslumbrada não substitui o serviço e o serviço é a única via que nos faculta crescimento e elevação, compelindo-nos a estudar para progredir e a evoluir para sublimar.

 

XAVIER, Francisco Cândido; Waldo Vieira Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz. Opinião espírita, cap 31. Jesus Cristo e Tomé:  Ilustração Reproduzida da Internet. 

  

sexta-feira, abril 25, 2025

Caridade E Raciocínio - Emmanuel





Caridade E Raciocínio 

Emmanuel

E - Cap. XV - Item 5


Todos pensamos na caridade, todos falamos em caridade!...


A caridade, indubitavelmente, é o coração que fala, entretanto, nas situações anormais da vida, há que ouvir o raciocínio, a fim de que ela seja o que deve ser.


Nada fere tanto como a visão de um ente querido, sob os tentáculos do câncer.


O coração chora. 


Mas se a radiografia sugere trabalho operatório, pede o raciocínio para que a cirurgia lhe revolva a carne atormentada, na suprema tentativa de recuperação.


Nada enternece mais do que abraçar um pequenino nas alegrias do lar.


O coração festeja. 


Mas se a criança brinca com fósforos, aconselha o raciocínio se lhe dê corrigenda.


Nada sensibiliza mais do que encontrar um alienado mental, atirado à rua.


O coração lamenta. 


Mas se o louco, em crise de fúria, carrega bombas consigo, prescreve o raciocínio seja ele contido à força.


Nada preocupa mais que observar um companheiro, no abuso de entorpecentes.


O coração sofre. 


Mas se o irmão, vinculado a semelhante hábitos, distribui narcóticos, fazendo vítimas, solicita o raciocínio se lhe providencie a necessária segregação para o tratamento preciso.


*

O raciocínio, em nome da caridade, não tem decerto, a presunção de violentar consciência alguma, impondo-lhe freios ou drásticos que lhe objetivem o aperfeiçoamento compulsório.


A Misericórdia Divina é paciência infatigável com os nossos multimilenários desequilíbrios, auxiliando a cada um de nós, através de meios determinados, de modo a que venhamos, saná-los, por nós mesmos, com o remédio amargoso da experiência, no veículo das horas.


Surge a autoridade do raciocínio, quando os nossos males saem de nós, em prejuízo dos outros.


Clareando a definição, comparemos a caridade, nascendo das profundezas da lama, com a fonte que se derrama espontânea, das entranhas da terra. 


A fonte pode ser volumosa ou escassa, reta ou sinuosa, jorrar da montanha ou descambar na planície, saciar monstros ou dar de beber às aves do céu, tudo dependendo da estrutura, do clima, do solo ou das circunstâncias em que se movimente. 


Em qualquer ângulo que se mostre, pode o sentimento louvar-lhe a beleza e exaltar-lhe a utilidade que fertiliza glebas, acalenta vidas, garante lares, multiplica flores e retrata as estrelas, mas, se nessa ou naquela fonte, aparecem culturas do esquistossomo, é necessário que o raciocínio intervenha e, para o bem geral, lhe impeça o uso.

 

XAVIER, Francisco Cândido; Waldo Vieira Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz. Opinião espírita, cap 30. Jesus Cristo:  Ilustração Reproduzida da Internet. 


quinta-feira, abril 24, 2025

Vinte Modos - André Luiz


Vinte Modos

André Luiz

E - Cap. VI - Item 8


Modos com que nós, espíritas, perturbamos a marcha do Espiritismo:


Esquecer a reforma íntima.


Desprezar os deveres profissionais.


Ausentar-se das obras de caridade.


Negar-se ao estudo.


Faltar aos compromissos sem justo motivo.


Rogar privilégios.


Escapar deliberadamente dos sofredores para não prestar-lhes pequeninos serviços.


Colocar os princípios espíritas à disposição de fachadas sociais.


Especular com a Doutrina em matéria política.


Sacrificar a família aos trabalhos da fé.


Açambarcar muitas obrigações, recusando distribuir a tarefa com os demais companheiros ou não abraçar incumbência alguma, isolando-se na preguiça.


Afligir-se pela conquista de aplausos.


Julgar-se indispensável.


Fugir ao exame imparcial e sereno das questões que concernem à clareza do Espiritismo, acima dos interesses e das pessoas.


Abdicar do raciocínio, deixando-se manobrar por movimentos ou criaturas que tenham sutilmente ensombrar a área do esclarecimento espírita com preconceitos e ilusões.


Ferir os outros com palavras agressivas ou deixar de auxiliá-los com palavras equilibradas no momento preciso.


Guardar melindres.


Olvidar o encargo natural de cooperar respeitosamente com os dirigentes das instituições doutrinárias.


Lisonjear médiuns e tarefeiros da causa espírita.


Largar aos outros responsabilidade que nos competem.

 

XAVIER, Francisco Cândido; Waldo Vieira Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz. Opinião espírita, cap 29. Chico Xavier:  Ilustração Reproduzida da Internet.