Minutos de Paz !

domingo, setembro 17, 2006


AMAI OS VOSSOS INIMIGOS
Compilação nas Obras Espíritas
Allan Kardec



"O Livro dos Espíritos"

Capítulo XI

Lei de Justiça, amor e Caridade.

III - Caridade e Amor ao Próximo

887. Jesus ensinou ainda: "Amai aos vossos inimigos". Ora, um amor pelos nossos inimigos não é contrário às nossas tendências naturais, e a inimizade não provém de uma falta de simpatia entre os Espíritos?
— Sem dúvida não se pode ter, para com os inimigos, um amor terno e apaixonado. E não foi isso que ele quis dizer. Amar aos inimigos é perdoá-los e pagar-lhes o mal com o bem. É assim que nos tornamos superiores, pela vingança nos colocamos abaixo deles.
"O Evangelho Segundo o Espiritismo"



Pagar O Mal Com O Bem

1. Tendes ouvido o que foi dito: Amarás ao teu próximo e aborrecerás ao teu inimigo. Mas eu vos digo: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeias, e orai pelos que vos perseguem e caluniam, para serdes filhos de vosso Pai, que está nos céus, o qual faz nascer o seu sol sobre bons e maus, e vir chuva sobre justos e injustos. Por que, se não amardes senão aos que vos amam que recompensa haveis de ter? Não fazem os publicanos também assim? E se saudares somente aos vossos irmãos, que fazeis nisso de especial? Não fazem também assim os gentios? _ Eu vos digo que, se a vossa justiça não for maior e mais perfeita que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos Céus. (Mateus, V:20, 43-47).

2. E se vós amais somente aos que vos amam que merecimento é o que vós tereis? Pois os pecadores também amam os que os amam. E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que merecimento é o que vós tereis? Porque isto mesmo fazem também os pecadores. E se emprestardes somente àqueles de quem esperais receber, que merecimento é o que vós tereis? Porque também os pecadores emprestam uns aos outros, para que se lhes faça outro tanto. Amai, pois, os vossos inimigos, fazei o bem, e emprestai, sem nada esperar, e tereis muito avultada recompensa, e sereis filhos do Altíssimo, que faz bem aos mesmos que lhe são ingratos e maus. Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. (Lucas, VI: 32-36).

3. Se o amor ao próximo é o princípio da caridade, amar aos inimigos é a sua aplicação sublime, porque essa virtude constitui uma das maiores vitórias conquistadas sobre o egoísmo e o orgulho.
Não obstante, geralmente nos equivocamos quanto ao sentido da palavra amor, aplicada a esta circunstância. Jesus não entendia, ao dizer essas palavras, que se deve ter pelo inimigo a mesma ternura que se tem por um irmão ou por um amigo. A ternura pressupõe confiança. Ora, não se pode ter confiança naquele que se sabe que nos quer mal. Não se pode ter para com ele as efusões da amizade, desde que se sabe que é capaz de abusar delas. Entre pessoas que desconfiam uma das outras, não podem haver os impulsos de simpatia existentes entre aquelas que comungam nos mesmos pensamentos. Não se pode, enfim, ter a mesma satisfação ao encontrar um inimigo, a que se tem com um amigo.


Esse sentimento, por outro lado, resulta de uma lei física: a da assimilação e repulsão dos fluidos. O pensamento malévolo emite uma corrente fluídica que causa penosa impressão; o pensamento benévolo envolve-nos num eflúvio agradável. Daí a diferença de sensações que se experimenta, à aproximação de um inimigo ou de um amigo. Amar aos inimigos não pode, pois, significar que não se deve fazer nenhuma diferença entre eles e os amigos. Este preceito parece difícil, e até mesmo impossível de se praticar, porque falsamente supomos que ele prescreve darmos a uns e a outros o mesmo lugar no coração. Se a pobreza das línguas humanas nos obriga a usarmos a mesma palavra, para exprimir formas diversas de sentimentos, a razão deve fazer as diferenças necessárias, segundo os casos.

Amar aos inimigos, não é, pois, ter por eles uma afeição que não é natural, uma vez que o contato de um inimigo faz bater o coração de maneira inteiramente diversa que o de um amigo. Mas é não lhes ter ódio, nem rancor, ou desejo de vingança. É perdoá-los sem segunda intenção e incondicionalmente, pelo mal que nos fizeram. É não opor nenhum obstáculo à reconciliação. É desejar-lhes o bem em vez do mal. É alegrar-nos em lugar de aborrecer-nos com o bem que os atinge. É estender-lhes a mão prestativa em caso de necessidade. É abster-nos, por atos e palavras, de tudo o que possa prejudicá-los. É, enfim, pagar-lhes em tudo o mal com o bem, sem a intenção de humilhá-los. Todo aquele que assim fizer, cumpre as condições do mandamento: Amai aos vossos inimigos.

Aquele para quem a vida presente é tudo, só vê no seu inimigo uma criatura perniciosa, a perturbar-lhe o sossego, e do qual somente a morte o pode libertar. Daí o desejo de vingança. Não há nenhum interesse em perdoar, a menos que seja para satisfazer o seu orgulho aos olhos do mundo. Perdoar, até mesmo lhe parece, em certos casos, uma fraqueza indigna da sua personalidade. Se não se vinga, pois, nem por isso deixa de guardar rancor e um secreto desejo de fazer o mal.

Para o crente, e mais ainda para o espírita, a maneira de ver é inteiramente diversa, porque ele dirige o seu olhar para o passado e o futuro, entre os quais, a vida presente é um momento apenas. Sabe que, pela própria destinação da Terra, nela devem encontrar homens maus e perversos; que as maldades a que está exposto fazem parte das provas que deve sofrer. O ponto de vista em que se coloca torna-lhe as vicissitudes menos amargas, quer venham dos homens ou das coisas. Se não se queixa das provas, não deve queixar-se também dos que lhe servem de instrumentos. Se, em lugar de lamentar, agradece a Deus por experimentá-lo, deve também agradecer a mão que lhe oferece a ocasião de mostrar a sua paciência e a sua resignação. Esse pensamento o dispõe naturalmente ao perdão. Ele sente, aliás, que quanto mais generoso for, mais se engrandece aos próprios olhos e mais longe se encontra do alcance dos dardos do seu inimigo.

O homem que ocupa no mundo uma posição elevada não se considera ofendido pelos insultos daquele que olha como seu inferior. Assim acontece com aquele que se eleva, no mundo moral, acima da humanidade material. Compreende que o ódio e o rancor o envileceriam e rebaixariam, pois, para ser superior ao seu adversário, deve ter a alma mais nobre, maior e mais generosa.


Para os Inimigos e os Que Nos Querem Mal


46. Prefácio _ Jesus disse: Amai os vossos inimigos. Esta máxima nos revela o que há de mais sublime na caridade cristã. Mas Jesus não queria dizer que devemos ter pelos inimigos a mesma ternura que dedicamos aos amigos. Por essas palavras ensina-nos a perdoar as ofensas, perdoar todo o mal que nos fizerem e pagar o mal com o bem. Além do merecimento que tem essa conduta aos olhos de Deus, serve para mostrar aos homens o que é a verdadeira superioridade.

47. Prece _ Meu Deus, perdôo a Fulano o mal que me fez e o que pretendia fazer-me, como desejo que me perdoeis, e que ele por sua vez me perdoe as faltas que eu tenha cometido. Se o pusestes no meu caminho como uma prova, seja feita a Vossa vontade. Afastai de mim, oh! Meu Deus, a idéia de maldizê-lo, e qualquer sentimento malévolo contra ele. Que eu não sinta jamais nenhuma alegria pelos males que o possam atingir, nem qualquer aborrecimento pelos benefícios que ele venha a receber, a fim de não manchar minha alma com sentimentos indignos de um cristão. Possa a Vossa bondade, Senhor, ao tocar-lhe o coração, induzi-lo a melhores sentimentos para comigo!
Bons Espíritos inspirai-me o esquecimento do mal e a lembrança constante do bem! Que nem o ódio, nem o rancor, nem o desejo de lhe retribuir o mal com o mal, penetrem no meu coração, porque o ódio e a vingança são próprios unicamente dos maus Espíritos, encarnados e desencarnados! Que eu esteja, pelo contrário, sempre pronto a lhe estender a mão fraterna, a pagar-lhe o mal com o bem, e a ajudá-lo quando possível.
Desejo, para experimentar a sinceridade das minhas palavras, que se me apresente uma oportunidade de lhe ser útil. Mas, sobretudo, oh! Meu Deus preservai-me de fazê-lo por orgulho ou ostentação, abatendo-o com uma generosidade humilhante, o que anularia os méritos da minha atitude. Porque, nesse caso, eu bem mereceria estas palavras do Cristo: Já recebestes a vossa recompensa. (Cap. XIII, nº. s 1 e segs.).


Pelos Inimigos do Espiritismo

51. Prefácio _ De todas as liberdades, a mais inviolável é a de pensar, que compreende também a liberdade de consciência. Lançar a anátema contra os que não pensam como nós, é reclamar essa liberdade para nós e recusá-la aos outros, e é violar o primeiro mandamento de Jesus: o da caridade e do amor do próximo. Perseguir os outros pela crença que professam, é atentar contra o mais sagrado direito do homem: o de crer no que lhe convém, adorando a Deus como lhe parece melhor. Constringi-los à prática de atos exteriores semelhantes aos nossos, é mostrar que nos apegamos mais a forma do que à essência, às aparências do que à convicção. A abjuração forçada jamais produziu a fé. Só pode fazer hipócritas. É um abuso da força material, que não prova a verdade. Porque a verdade é segura de si mesma; convence e não persegue, porque não tem necessidade de fazê-lo.
O Espiritismo é uma opinião, uma crença; fosse mesmo uma religião, por que não teriam os seus adeptos a liberdade de se dizerem espíritas, como a tem os católicos, os judeus e os protestantes, os partidários desta ou daquela doutrina filosófica, deste ou daquele sistema econômico? Esta crença é falsa ou verdadeira: se é falsa, cairá por si mesma, porque o erro não pode prevalecer contra a verdade, quando a luz se faz nas inteligências; e se é verdadeira, a perseguição não a tornará falsa.
A perseguição é o batismo de toda idéia nova, grande e justa, cuja propagação aumenta, na razão da grandeza e da importância da idéia. O furor e a cólera dos seus inimigos são equivalentes ao temor que ela lhes infunde. Foi essa a razão das perseguições ao Cristianismo na antiguidade, e essa a razão das perseguições ao Espiritismo, na atualidade, com a diferença de que o Cristianismo foi perseguido pelos pagãos, e o Espiritismo o é pelos cristãos. O tempo das perseguições sanguinárias já passou, é verdade, mas se hoje não matam o corpo, torturam a alma. Atacam-na até mesmo nos seus sentimentos mais profundos, nas suas mais caras afeições. As famílias são divididas incitando-se a mãe contra a filha, a mulher contra o marido. E mesmo a agressão física não falta, atacando-se o corpo no tocante às suas necessidades materiais, ao tirarem às pessoas o próprio ganha-pão, para reduzi-las à fome. (Cap. XXIII, nº. 9 e segs.).
Espíritas, não vos aflijais com os golpes que vos desferem, pois são eles a prova de que estais com a verdade. Se não o estivésseis, vos deixariam em paz, não vos agrediriam. É uma prova para a vossa fé, pois é pela vossa coragem, pela vossa resignação, pela vossa perseverança, que Deus vos reconhece entre os seus fiéis servidores, os quais já está contando desde hoje, para dar a cada um a parte que lhe cabe, segundo suas obras.
A exemplo dos primeiros cristãos orgulhai-vos de carregar a vossa cruz. Crede na palavra do Cristo, que disse: "Bem-aventurados os que sofrem perseguições pela justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma". E acrescentou: "Amai aos vossos inimigos, fazei bem aos que vos fazem mal, e orai pelos que vos perseguem". Mostrai que sois os seus verdadeiros discípulos, e que a vossa doutrina é boa, fazendo, para isso, o que ele ensinou e exemplificou. A perseguição será temporária. Esperai, pois, pacientemente, o romper da aurora, porque a estrela da manhã já se levanta no horizonte. (Cap. XXIV, nº. 13 e segs.).


Bibliografia:

Livro dos EspíritosO Evangelho Segundo o EspiritismoProntuário da Obra de Allan Kardec – Ney da Silva Pinheiro

Graça Maciel/julho/2006
www.luzdoespiritismo.com







Desejo a todos aqueles que se fizeram nossos inimigos, vibrações de muita Paz, sob as bênçãos do Divino Amigo , que não permite que caia um fio de cabelo de nossa cabeça, sem o seu consentimento...

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