Usufruto e Paciência
Emmanuel
Ante as leis da Terra, a propriedade, pertença ao grupo
social ou ao indivíduo, é sempre credora de respeito; entretanto, perante a
Criação Divina, a ideia do usufruto é grande fator de paciência ao coração.
Se raciocinas em termos de vida eterna, lembrar-te-ás,
decerto, que os teus mais valorosos ascendentes vieram à Terra, desfrutaram-lhe
os bens e voltaram à Espiritualidade que se nos faz o campo de origem.
Reflete nisso par que os abalos da desvinculação no mundo
não te comprometam equilíbrio e saúde.
Os entes mais queridos buscaram-te a companhia ou buscaste a
companhia deles, no entanto, surgirá o momento em que se despedirão de ti ou no
qual te despedirás deles, sob os imperativos das leis de mudança construtiva,
conquanto o amor permanece intacto, prenunciando as alegrias do reencontro.
Os bens que, porventura, reuniste se transferirão de teu
nome para outros, sejam esses familiares que se te ligam na consangüinidade ou
companheiros diferentes que te conferirão continuidade ao trabalho.
Poder que detenhas, por muito se te demore nas mãos, passará
para mãos alheias, considerando-se as transformações inevitáveis.
Influência que possuas cederá com o tempo.
Determinadas faculdades da inteligência, tê-las-ás no Plano
Físico, enquanto puderes sustentar-te em corpo relativamente robusto, à maneira
do violinista que apenas se manterá em alta forma, enquanto conseguir dispor da
integridade do instrumento.
Atentos à realidade de que todos usufruímos recursos que, na
essência, não nos pertencem, estejamos alertas, amando sem possessão e servindo
sem apego.
Considera a posição de usufrutuário em que te encontras na
experiência terrestre e sejam quais forem as circunstâncias adversas em que te
vejas no mundo, a paciência não te faltará.
XAVIER , Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Calma.
Cap. 15, p. 18.
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