Minutos de Paz !

terça-feira, janeiro 05, 2021

HISTÓRIA DE UMA SESSÃO - ANDRÉ LUIZ

 



HISTÓRIA DE UMA SESSÃO

ANDRÉ LUIZ


Organizado a sessão de estudo evangélico, os Espíritos Benfeitores, através das doces intimações da prece, foram convidados à execução de regular empreitada.


520 orientações a companheiros doentes com especificações e conselhos

técnicos.


50 passes magnéticos, em benefício de enfermos encarnados.


200 intervenções de socorro a entidades sofredoras, ausentes do equipamento físico.


35 visitas de assistência a lares distantes.


150 notas socorristas para desligamento de obsessores e inimigos inconscientes.


E devem ainda eliminar dois suicídios potenciais, evitar um homicídio provável, afastar as possibilidades de dois divórcios infelizes e ajustar mais de cem entendimentos, em favor da fraternidade, da harmonia e da reencarnação.

*

Em troca, os componentes da assembleia deviam dar de si mesmos um pouco de alegria, de fé viva, de serenidade e de paciência, com algumas palavras de carinho e amizade para sustentarem o clima vibratório, necessário à realização das tarefas indicadas aos colaboradores invisíveis que começaram a atuar.

*

Iniciada a empresa, porém, depois de alguns raros amigos haverem atendido heroicamente aos encargos que lhes competiam, eis que a reunião se veste de sombras.

*

O nevoeiro da ociosidade mental invadiu quase todos os departamentos da casa.


Dois prestimosos cooperadores passaram a visitar o pensamento dos companheiros encarnados, rogando concurso urgente, mas o silêncio e a inércia continuaram operando.


Consultando, em espírito, com respeito à contribuição de que se faziam devedores, cada qual respondia a seu modo, falando mentalmente.


Um cavalheiro deu-se pressa em esclarecer que era ignorante e im prestável.


Um jovem tribuno do Evangelho afirmou-se doente e incapaz.


Um companheiro de serviço alegou que se sentia envergonhado e inapto para qualquer comentário construtivo.

*

Uma senhora perguntou se os Espíritos Amigos não poderiam solucionar os compromissos da sessão em cinco minutos.


Um lidador juvenil explicou que se sentia diminuído à frente dos mentores e experimentava o receio de falar sem brilho, depois deles.


Um antigo beneficiário solicitou a concessão de maca em que pudesse confiar-se ao repouso.


Um ouvinte preocupado adiantou-se consultando o relógio e bocejou entediado.


Uma robusta irmã pediu fosse colocada uma cadeira preguiçosa em lugar do banco áspero que a servia.


E quase todos, incluindo jovens e adultos letrados e indoutos, necessitados ou curiosos, descansaram na improdutividade, acreditando que é sempre melhor observar sem responsabilidade, à espera do fim.

*

E a sessão, que deveria ser manancial cantante de bênçãos com alegria e paz, união e entendimento de corações fraternos e calorosos na fé, prosseguiram até à fase final, qual se os companheiros estivessem situados num velório de grande estilo, cercados pelo crepe arroxeado da tristeza e do luto, queimando o incenso precioso do tempo em câmara funerária.

*

Que entre nós, meus amigos, assim não aconteçam.


Espiritismo é amor e contentamento.


Sempre que desejardes a vitória do bem, auxiliai o bem e plantai-o.


Trazei até nós o concurso da boa vontade, que é a alavanca de todos os prodígios do progresso, enriquecendo-nos o santuário comum com os dons da saúde e da esperança, do otimismo e da fé.


Permutemos experiências e corações.


Amparemo-nos aos outros.


A nossa Doutrina Consoladora é Sol e não devemos esquecer que a vida é ação permanente, porque a inércia, em toda parte, é sempre a antecâmara da estagnação ou da morte.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito André Luiz. Apostilas da vida. Uberaba/MG:CEU. Cap 9, p.13 .

 

 

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