AMAR A NÓS MESMOS
Emmanuel
Amar
a nós mesmos não é consagrarmos a vida à exaltação absoluta do corpo de carne que
o homem serve de veículo provisório na luta redentora da Terra.
Certo,
tanto quanto devemos atenção e assistência a qualquer máquina útil, não podemos
relaxar no cuidado que nos merece a vestimenta física, entretanto, não nos cabe
centralizar todos os objetivos da existência naquilo que, no fundo, seria a
preservação da animalidade.
Amarmo-nos, então, será atendermos ao justo imperativo de nossa habilitação espiritual para a vida eterna.
Nesse sentido, é indispensável aproveitarmos o concurso valioso e eficiente da dor e da luta, do trabalho e do sacrifício, na aquisição de nossas melhores experiências para os círculos mais altos.
A pedra que fugisse ao buril e o vaso que se desviasse do clima asfixiante do forno jamais seriam arrancados do primitivismo agreste aos espetáculos da beleza e da utilidade.
Claro, portanto, que se realmente amamos a nós mesmos, não podemos perder a nossa oportunidade de elevação, através das provas e dos sofrimentos que o estágio curto na Terra nos oferece.
Renúncia
é sublimação.
Obstáculo
é auxílio.
Trabalho
é posse de competência.
Disciplina
é sementeira de altos valores espontâneos.
Obediência
ao bem é construção do progresso comum.
Escravidão
aos deveres da reta consciência é acesso à Vida Superior.
Silêncio
é porta para a humildade.
Serviço
de hoje aos semelhantes é influência divina amanhã.
Dificuldades
bem superadas são bênçãos.
Se buscarmos, desse modo, amar a nós mesmos, saibamos desprezar o contentamento efêmero de algumas horas na carne escura e frágil, valorizando o nosso ensejo de aprender e crescer, com os entraves e sombras, com as dores e aflições do caminho terrestre, porque, purificando a nós mesmos, no sacrifício pelo bem dos outros, mais cedo alcançaremos a áurea da imperecível felicidade.
XAVIER,
Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Construção do Amor.
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