As bênçãos do trabalho - Divaldo Franco

 

As bênçãos do trabalho

Divaldo Franco

 

Muito curiosa a observação que Jesus nos faz em Seu Evangelho, quando informa: 

– O meu Pai até hoje trabalha, e eu também trabalho.

Soa estranha a afirmação, por parecer que Ele condena o repouso, quando o Velho Testamento se refere que, após criar o mundo, Deus descansou.

Nenhuma incoerência, no entanto, nos dois conceitos de aparentes conteúdos divergentes.

 

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O trabalho é o recurso valioso que promove o progresso, sem o qual, a estagnação a tudo destruiria. E o repouso constitui mudança de atitude orgânica, a fim de restaurar as forças para a continuidade da ação.

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Há, no entanto, muitas pessoas que, levando as palavras ao pé da letra, entregam-se ao trabalho até a exaustão, enquanto outras, a pretexto de repouso, vivem na ociosidade dourada, gastando as excelentes oportunidades da existência, da saúde e da inteligência na inutilidade, deixando-se arrastar pela improdutividade e passando a sofrer as consequências inevitáveis da preguiça.

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O corpo humano está constituído de elementos que necessitam de movimento, a fim de bem atenderem as necessidades para as quais foram construídos.

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O dinamismo, através da movimentação bem utilizada, fortalece-o, opera bem-estar e faculta dilatação de tempo para o seu uso.

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Narra-se que um homem, após a morte, despertou numa região pacífica, predispondo ao repouso incessante. 

No princípio, pareceu ser a região celeste, com pouco tempo, no entanto, cansou de tanto ócio e começou a passar mal. 

Resolveu então buscar o encarregado do local para transferir-se, sugerindo: 

– Desejo sair daqui do Céu e passar uma temporada no Inferno.

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Surpreso, o administrador respondeu-lhe, interrogando-o: 

– E você pensa que está em que lugar?

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O trabalho é tão importante na vida das criaturas, que passou a ser terapêutico, dando sentido e significado durante a existência.

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Especialmente o trabalho transcende do valor convencional quando objetiva servir ao próximo, através dos incontáveis mecanismos da sociedade, desenvolvendo a solidariedade entre todos.

 

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O eminente educador suíço Johann Pestalozzi havia elegido como essencial para o êxito do seu programa educativo a trilogia: 

Trabalho, Solidariedade e Perseverança. 

Posteriormente, seu discípulo Allan Kardec, ao Codificar o Espiritismo, modificou um pouco a tríade, informando que para a concretização de qualquer ideal, são indispensáveis o Trabalho, a Solidariedade e a Tolerância.

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O trabalho e uma lei universal, graças à qual a vida se engrandece cada vez mais.

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Em uma bela metáfora, podemos dizer que tudo resulta do esforço, do trabalho bem direcionando em favor da ordem, do crescimento, da ética e da estética, mediante os quais mais se avança na conquista da beleza, da harmonia, da perfeição.

 

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Quando, por exemplo, estejas cansado de qualquer trabalho, muda de atividade e prossegue no labor edificante, renovando as energias e o entusiasmo pela vida.

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Trabalha de acordo com as tuas forças e torna-te membro da sinfonia universal.

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Ao observarmos o trabalho incessante da abelha, o pensamento científico chegou à conclusão que sem ela a vida não existiria. 

Essas infatigáveis trabalhadoras são exemplos de que o trabalho é bênção concedida por Deus para a glória da vida.

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FRANCO, Divaldo Pereira. Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, 5 de março de 2020.Disponível em :< https://www.febnet.org.br/portal/2020/03/12/as-bencaos-do-trabalho/#:~:text=O%20trabalho%20%C3%A9%20o%20recurso,para%20a%20continuidade%20da%20a%C3%A7%C3%A3o.>. Acesso : 01 de Maio de 2023.