Minutos de Paz !

sexta-feira, julho 31, 2009



Perdoar

Joanna de Ângelis



Sim, deves perdoar!



Perdoar e esquecer a ofensa que te colheu de surpresa, quase dilacerando a tua paz.



Afinal, o teu opositor não desejou ferir-te realmente, e, se o fez com essa intenção, perdoa ainda, perdoa-o com maior dose de compaixão e amor.



Ele deve estar enfermo, credor, portanto, da misericórdia do perdão.



Ante a tua aflição, talvez ele sorria.



A insanidade se apresenta em face múltipla e uma delas é a impiedade, outra o sarcasmo, podendo revestir-se de aspectos muito diversos.



Se ele agiu, cruciado pela ira, assacando as armas da calúnia e da agressão, foi vitimado por cilada infeliz da qual poderá sair desequilibrado ou comprometido organicamente.



Possivelmente, não irá perceber esse problema, senão mais tarde.



Quando te ofendeu deliberadamente, conduzindo o teu nome e o teu caráter ao descrédito, em verdade se desacreditou ele mesmo.



Continuas o que és e não o que ele disse a teu respeito.



Conquanto justifique manter a animosidade contra tua pessoa, evitando a reaproximação, alimenta miasmas que lhe fazem mal e se abebera da alienação com indisfarçável presunção.



Perdoa, portanto, seja o que for e a quem for.



O perdão beneficia aquele que perdoa, por propiciar-lhe paz espiritual, equilíbrio emocional e lucidez mental.



*Felizes são os que possuem a fortuna do perdão para a distender largamente, sem parcimônia.



O perdoado é alguém em débito; o que perdoou é espirito em lucro.



Se revidas o mal és igual ao ofensor; se perdoas, estás em melhor condição; mas se perdoas e amas aquele que te maltratou, avanças em marcha invejável pela rota do bem.



Todo agressor sofre em si mesmo.



É um espírito envenenado, espargindo o tóxico que o vitima.



Não desças a ele senão para o ajudar.



Há tanto tempo não experimentavas aflição ou problema - graças à fé clara e nobre que esflora em tua alma - que te desacostumaste ao convívio do sofrimento.



Por isso, estás considerando em demasia o petardo com que te atingiram, valorizando a ferida que podes de imediato cicatrizar.



Pelo que se passa contigo, medita e compreenderás o que ocorre com ele, o teu ofensor.



O que te é Inusitado, nele é habitual.



Se não te permitires a ira ou a rebeldia - perdoarás!



*A mão que, em afagando a tua, crava nela espinhos e urze que carrega, está ferida ou se ferirá simultaneamente.



Não lhe retribuas a atitude, usando estiletes de violência para não aprofundares as lacerações.



O regato singelo, que tem o curso impedido por calhaus e os não pode afastar, contorna-os ou para, a fim de ultrapassá-los e seguir adiante.



A natureza violentada pela tormenta responde ao ultraje reverdescendo tudo e logo multiplicando flores e grãos.



E o pântano infeliz, na sua desolação, quando se adorna de luar, parece receber o perdão da paisagem e a benéfica esperança da oportunidade de ser drenado brevemente, transformando-se em jardim.



Que é o "Consolador", que hoje nos conforta e esclarece, conduzindo uma plêiade de Embaixadores dos Céus para a Terra, em missão de misericórdia e amor, senão o perdão de Deus aos nossos erros, por intercessão de Jesus?!



Perdoa, sim, e intercede ao Senhor por aquele que te ofende, olvidando todo o mal que ele supõe ter-te feito ou que supões que ele te fez, e, se o conseguires, ama-o, assim mesmo como ele é.



*"Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes". Mateus: 18-22."



A misericórdia é o complemento da brandura, porquanto aquele que não for miseri-cordioso não poderá ser brando e pacifico.



Ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas". O Evangelho Segundo O Espiritismo, Cap. X - Item 4.



Divaldo Pereira Franco, Espírito: Joanna de Ângelis. Da obra: Florações Evangélicas. 1 edição. LEAL. 1974.