Minutos de Paz !

terça-feira, dezembro 22, 2009



A MANJEDOURA


Emmanuel



As comemorações do Natal conduzem-nos o entendimento à eterna lição de humildade de Jesus, no momento preciso em que a sua mensagem de amor felicitou o coração das criaturas, fazendo-nos sentir, ainda, o sabor de atualidade dos seus divinos ensinamentos.



A Manjedoura foi o Caminho.



A exemplificação era a Verdade.



O Calvário constituía a Vida.



Sem o Caminho, o homem terrestre não atingirá os tesouros da Verdade e da Vida.



É por isso que, emaranhados no cipoal da ambição menos digna, os povos modernos, perdendo o roteiro da simplicidade cristã, desgarra-se da estrada que os conduziria à evolução definitiva, com o Evangelho do Senhor.



Sem ele, que constitui o assunto de todas as ciências espirituais, perderam-se as criaturas humanas, nos desfiladeiros escabrosos da impiedade.



Debalde, invoca-se o prestígio das religiões numerosas, que se afastaram da Religião Única, que é a Verdade ou a Exemplificação com o Cristo.



Com as doutrinas da Índia, mesmo no seio de suas filosofias mais avançadas, vemos os párias miseráveis morrendo de fome, à porta suntuosa dos pagodes de ouro das castas privilegiadas.



Com o budismo e com o sintoísmo, temos o Japão e a China mergulhados num oceano de metralha e de sangue.



Com o Alcorão e com o judaísmo, temos as nefandas disputas da Palestina.



Com o catolicismo, que mais de perto deveria representar o pensamento evangélico, na civilização ocidental, vemos basílicas suntuosas e frias, onde já se extinguiram quase todas as luzes da fé.



Aí dentro, com os requintes da ciência sem consciência e do raciocínio sem coração, assistimos as guerras absurdas da conquista pela força, identificamos o veneno das doutrinas extremistas e perversoras, verificamos a onda pesada de sangue fratricida, nas revoluções injustificáveis, e anotamos a revivescência das perseguições inquisitórias da Idade Média, com as mais sombrias perspectivas de destruição.



Um sopro de morte atira ao mundo atual supremo cartel de desafio.



Não obstante o progresso material sente a alma humana que sinistros vaticínios lhe pesam sobre a fronte.



É que a tempestade de amargura na dolorosa transição do momento significa que o homem se mantém muito distante da Verdade e da Vida.



As lembranças do Natal, porém, na sua simplicidade, indicam à Terra o caminho da Manjedoura...



Sem ele, os povos do mundo não alcançarão as fontes regeneradoras da fraternidade e da paz.



Sem ele, tudo serão perturbação e sofrimento nas almas, presas no turbilhão das trevas angustiosas, porque essa estrada providencial para os corações humanos é ainda o Caminho esquecido da Humildade.



XAVIER, Francisco Cândido- Pelo Espírito Emmanuel -Do livro Antologia Mediúnica do Natal - Espíritos Diversos