Minutos de Paz !

quarta-feira, fevereiro 02, 2011



Sacudir o pó

Momento Espírita


 
Conforme consta do Evangelho segundo Lucas, em dado momento Jesus enviou Seus discípulos para pregar e curar.


Dentre as exortações, orientou como deveriam se comportar, caso eles e suas ideias não fossem acolhidos em algum lugar.


Nessa hipótese, os discípulos deveriam se retirar e sacudir o pó de seus pés.


Há quem veja nessa forte expressão um anátema lançado contra os descrentes.


Contudo, isso destoa do conjunto da mensagem do Cristo.


Jesus ensinou e exemplificou a compaixão e não fugiu do contato com os equivocados do Mundo.


Afirmou mesmo que os sãos não necessitam de remédio.


Uma coerente interpretação da exortação é no sentido de que os discípulos não deveriam conservar qualquer rancor.


Ao se despedir de quem não os havia aceitado e compreendido, deveriam seguir de alma leve.


Bater o pó dos pés equivaleria a se livrar de todo traço de impureza, no sentir e no pensar.


Trata-se de uma lição preciosa, cuja aplicação permite permanecer em paz em face da incompreensão.


É comum a criatura idealista desejar partilhar seus sonhos e projetos de um mundo melhor.


Ela se toma de natural tristeza quando não é compreendida.


Esse sentimento é ainda mais forte quando são seus amores que não a entendem.


Por exemplo, um pai rigorosamente honesto que não consegue convencer os próprios filhos a lhe seguirem os exemplos.


Uma esposa tomada do ideal da caridade que encontra resistência no próprio esposo, quanto a seus atos generosos.


Um professor apaixonado pelo saber que depara com alunos preguiçosos.


Nessas experiências decepcionantes, é preciso sacudir o pó dos pés.


Compreender que a liberdade é uma lei da vida e não esperar dos outros o que ainda não podem ou não querem dar.


A construção de um mundo melhor não se faz sem sacrifícios.


Quem esposa o ideal de um padrão ético superior é um homem do amanhã.


Ele vive hoje o que a maioria viverá mais tarde.


Sua função é a de um semeador do bem.


Com seu exemplo, demonstra a possibilidade de ser honrado e generoso.


Com suas palavras, exorta os que o rodeiam a imitá-lo.


Mas não pode impor suas ideias.


Cada alma amadurece a seu tempo para as grandes verdades da vida.

Perante incompreensões, resta a tranquilidade da consciência pelo dever bem cumprido.


E também a certeza de que, mais cedo ou mais tarde, as sementes do bem produzirão saborosos frutos.


Compete a cada homem colaborar para que o mundo se aprimore e os costumes se purifiquem.


Entretanto, o resultado de seus esforços repousa nas mãos de Deus.


Com o inesgotável recurso do tempo, Ele assegura que, no momento adequado, o bem se torne pujante, no íntimo de cada ser.



Pense nisso.




Redação do Momento Espírita.

Disponível em www.momento.com.br


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