Recordando os que se foram
Das dores humanas, a que se refere à separação dos nossos
amores, pela transição da morte, é das mais dolorosas.
Perante os lábios que silenciaram, deixando-nos na carência
das palavras doces e ternas expressões que nos embalaram os dias, pulsa o nosso
coração em dolorida soledade.
Contudo, é o instante de agradecer a Deus os momentos de
felicidade que com aquele ser vivemos, durante os dias do amor que nos dedicou.
Contemplando fechados os olhos que nos sinalizaram alegrias
e afetividade, olhos que nos censuraram em nome dos cuidados da ternura,
choramos a dor da ausência do brilho que não tornaremos a ver.
No entanto, louvemos o Senhor da Vida pelo desvelo com que
nos permitiu acompanhar o marca-passo de tão abençoada existência, que se
interrompe ao impacto da desencarnação.
Notando que o coração que pulsava belezas, em notas de
encantamentos, agora se deteve, não mais conseguindo as batidas abundantes de
energia, de vitalidade, sentimos a própria bomba cardíaca falhar em seu ritmo.
Entretanto, ergamos aos céus a nossa emoção, dando graças ao
Criador pela oportunidade que tivemos de partilhar a convivência com aquele
afeto, no aprendizado que nos concedeu experiência e maturidade, em continuadas
lições.
É dolorosa, sim, a separação dos nossos amores pela morte.
Qual o coração de pai ou de mãe que não se sentirá despedaçar ante a rigidez do
corpo do filho que até há pouco corria pela casa, em gritos de alegria?
Como não haveremos de sentir a ausência da voz cristalina a
nos chamar pelo doce nome de mãe? De pai?
Qual o esposo ou esposa que não se sentirá murchar ante a
ausência do vulto amado que não mais projetará sua sombra sobre as paredes do
lar, que não mais ocupará seu lugar à mesa?
* * *
Mas, guardemos a certeza: não morreram os nossos afetos!
O emudecer da máquina orgânica não determina o fim da vida.
É, sim, o momento em que, em pleno cenário da vida, o pano desce ao término de
mais um ato.
Prossigamos assim, amando, ainda e sempre, os amores que
viajaram no trem do passamento, em busca da plataforma terminal do Além,
dedicando-lhes vibrações de equilíbrio e respeito, de harmonia e boa vontade.
Eles prosseguem atentos, da Espiritualidade, partilhando-nos
os dias, na medida das suas possibilidades.
Recordemos os instantes de abençoados sorrisos e boa
convivência e lhes enderecemos a palma de carinho em forma de oração.
Não caiamos no desespero ou na rebeldia, nos acreditando em
abandono. Façamos o que nos compete, cada dia, prestando-lhes assim a justa
homenagem.
Eles, mais do que antes, precisam da nossa resignação, em
face das determinações do Criador.
Eles, que cumpriram os seus compromissos, nos aguardam para
que, um dia, quando concluirmos as nossas próprias etapas, avancemos juntos
para os plenos céus do futuro de aleluias e bênçãos sem termo.
* * *
A morte não visita somente o teu lar. Ela passa por todas as
portas, invariavelmente.
Em face da ocorrência da morte que visita o teu lar, não te
permitas a surpresa insensata, que se transformará em rebeldia e desespero.
Pensa com carinho nos que se foram e dialogarás com eles.
Pensa neles com amor e sentirás a cariciosa presença deles, que te vêm diminuir
a dor pungente da saudade.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 27, do livro Cintilação
das estrelas, pelo Espírito Camilo, psicografia de Raul Teixeira e no verbete
Morte, do livro Repositório de sabedoria, v. 2, pelo Espírito Joanna de
Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Neste "Dia da Saudade" em que reverenciamos os nossos amores desencarnados, dedicamos este post aos nossos queridos pais, que cumpriram com muito amor, carinho, responsabilidade e dedicação a missão que lhes foi confiada, de nos receberem como filhos e nos conduzirem no caminho do bem, do amor e do respeito ao próximo.
A nossa eterna gratidão e que eles possam receber o nosso buque de flores espirituais que jamais fenecerá, pois desabrocharam no jardim de nossos corações .
Que as bênçãos de Jesus e da Mãe Santíssima, que eles tanto nos ensinaram a amar, os envolvam hoje e sempre, onde quer que se encontrem.
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