O sentido do amor
Aguardávamos o transporte que nos conduziria ao trabalho. A
plataforma estava repleta de pessoas, cada qual à espera do respectivo ônibus.
Foi então que vimos a mãe jovem com o filho nos braços. Era
um dia de sol intenso e ela estava de óculos escuros.
O garoto se mirava nas lentes e falava, encantado, apontando
com seu dedinho: Eu tô aqui, mamãe. Eu tô me vendo.
E como para se assegurar de que estava sendo visto, por
detrás das lentes escuras, perguntou: Você tá me vendo, mamãe?
E com suas mãos delicadas acariciava o rosto da mãe. Com
cuidado, ajeitou-lhe o cabelo para trás das orelhas e comentou: Que lindo
brinco, mamãe! Como você é bonita!
Enquanto a jovem, simplesmente, sorria, enlevada, ele
declarou: Amo você, mamãe.
Também amo você, respondeu ela.
E assim iam se consumindo os minutos, em troca de carinhos e
palavras doces, as testas encostando uma na outra e beijinhos sendo dados nas
faces.
Observando as cenas que se sucediam, discretas, mas
emocionantes, ficamos a pensar nos segredos do amor.
Desse amor que extravasa do coração de um filho agradecido e
apaixonado, do amor materno que se repleta de felicidade, nessa doce
experiência.
Permitimo-nos viajar no tempo, e cogitar: quando os anos se
sucederem, quando a vida já houver estabelecido outras diretrizes, como
recordarão esses corações tais momentos!
Possivelmente, o menino tornado homem, não terá guardado
lembrança daqueles momentos fugazes, num dia distante, numa plataforma de
transporte urbano.
No entanto, alimentado de gestos de ternura, aprendendo as
delícias do amor que se traduz em espontâneas manifestações, se tornou um homem
equilibrado, ponderado e feliz.
A mãe, com certeza, na madureza dos anos ou na velhice dos
dias, guardará na memória o enlevo daqueles momentos e daquelas carícias.
Mesmo que, por qualquer motivo, permaneça distante do amado
filho, bastará feche os olhos para renovar as sensações de mãozinhas macias,
acariciando-lhe as faces e a vozinha infantil declarando amor.
* * *
Enquanto muitos passam pela vida e aportam na velhice no
barco da desilusão, desencantados, os que elegeram para suas vidas o amor,
navegarão em águas tranquilas.
Pessoas assim vivem intensamente, produzindo o bem, semeando
alegrias em seu redor, sendo felizes. Enquanto outros vão à cata de aventuras,
ou se propõem a uma caça à felicidade, esses, por terem elegido o amor como
sentido do viver, saúdam cada dia com gratidão.
Espalharam as sementes do amor em profusão e colhem seus
frutos sazonados.
Essas pessoas não se permitiram perder os tesouros dos
minutos.
Minutos de um dia de sol, de um gesto de carinho, de uma
palavra gentil, de uma declaração amorosa inesperada.
Pense nisso: aproveite hoje, a partir de agora, cada minuto,
para experienciar o amor.
Ame e ensine a amar. Expresse ao outro seu amor. Construa
sua felicidade!
Redação do Momento Espírita. Disponível em
www.momento.com.br.
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