Em Louvor à Alegria
Emmanuel
“Bem-aventurados, vós, que agora chorais, porque rireis.” -
Jesus (Lucas, 6: 21)
Nos dias em que a experiência terrestre se faça amargosa e
difícil, não convertas a depressão em veneno.
Quando a aflição te ronda o caminho, anuncias trazer o
espírito carregado de sombra, como quem se encontra ausente do lar, ansiando, regresso,
entretanto, isso não é motivo para que te precipites no desânimo arrasador.
Acusas-te em trevas e podes mentalizar com a própria cabeça
luminosos pensamentos de otimismo e fraternidade ou retratar nas pupilas o
fulgor do sol e a beleza das flores.
Entregas-te à mudez, proclamando não suportar os conflitos
que te rodeiam e nada te impede abrir a boca a fim de pronunciar a frase de
reconforto e apaziguamento...
Asseveras que o mundo é imenso vale de lágrimas, cruzando os
braços para chorar os infortúnios da Terra, e possuis duas mãos por antenas de
amor capazes de improvisar canções de felicidade e esperança, no trabalho
pessoal em favor dos que sofrem.
Trancas-te em aposento solitário para a cultura da irritação
alegando que os melhores amigos te não entendem, e perdes horas inteiras de
pranto inútil e senhorias dois pés, à maneira de alavancas preciosas prontas a
te transportarem na direção dos que atravessam provações muito mais dolorosas
que as tuas, junto dos quais um minuto de tua conversação ou leve migalha do
que te sobra te granjeariam a compreensão e a simpatia de enorme família
espiritual.
Em verdade, existe a melancolia edificante, expressando
saudade da Vida Superior, contudo aqueles que a registram no âmago do próprio
ser, consagram-se com redobrado fervor ao serviço do bem, preparando no próprio
coração a nesga de céu, suscetível de identifica-los ao plano celestial que
esperam, ansiosos- suspirando pelo reencontro com os entes que mais amam.
Ainda assim, é imperioso arredar de nós o hábito da tristeza
destrutiva, como quem guerreia o culto do entorpecente.
Espíritos vinculados às diretrizes do Cristo não podemos
olvidar que o Evangelho, considerado em todos os tempos como sendo um livro de
dor, por descrever obstáculos e perseguições, dificuldades e martírios sem
conta, começa exalçando a grandeza de Deus e a boa vontade entre os homens,
através de cânticos jubilosos e termina com a sublime visão da Humanidade
futura, na Jerusalém assentando-se, gloriosa, na alegria sem fim.
“Lembrai-vos de que, durante a vosso degredo no Terra,
tendes que desempenhar uma missão de que não suspeitais, quer dedicando-vos à
vossa família, quer cumprindo as diversas obrigações que Deus vos confiou.” LE,
cap. V, 25.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Da obra "O Livro da Esperança".
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