O mesmo caminho
Deus é pleno de misericórdia para com Seus filhos.
A todos faculta incontáveis experiências, a fim de que se
aperfeiçoem e se enriqueçam dos mais variados dons.
Entretanto, os homens, com frequência, dizem faltar em suas
vidas elementos indispensáveis à felicidade.
Um reclama da ausência de uma companheira amorosa e digna.
Outro brada porque enfrenta problemas profissionais.
Há quem se ressinta da falta de saúde.
Um terceiro clama aos céus porque seus filhos são
desequilibrados.
Parece haver um descompasso entre a amorosa e rica
Providência do Pai celeste e a carência experimentada por Seus filhos.
Contudo, a ordem universal não é feita de regalias e
privilégios.
Os recursos são amorosamente distribuídos no intuito do
progresso.
Quem os recebe fica na condição de depositário e precisa
prestar contas do uso que deles faz.
Talentos não podem ser enterrados, a denotar preguiça de
quem os recebe.
Com maior razão, não devem receber uso pervertido.
Todo Espírito é paulatinamente cumulado de dons, para que os
utilize com dignidade.
O uso digno sempre implica o progresso próprio e alheio.
Quem se permite atitudes indignas ou levianas arca com as
consequências.
Para aprender a valorizar o tesouro desperdiçado,
experimenta a sua falta.
Assim, o homem que hoje se ressente da ausência de uma
esposa digna não deve se imaginar vítima do acaso.
Talvez ainda ontem ele tenha sido o marido infiel de uma
grande mulher.
Provavelmente, a alma enobrecida o perdoou e seguiu em
frente.
Mas ele se vinculou a quem foi sua cúmplice no adultério.
Hoje sonha com uma figura digna de mulher, que não está mais
presente.
O enfermo crônico lamenta a ausência de saúde.
Contudo, no passado pode ter desperdiçado a ventura de um
organismo físico perfeito e vigoroso.
Pôs a perder a saúde em vícios e noitadas e agora tem a
oportunidade de perceber o tesouro que é um corpo sadio.
O mau rico de ontem renasce hoje na miséria.
O político corrupto do pretérito experimenta agruras por
falta de serviços públicos essenciais, na região pobre em que renasceu.
Não se trata de castigo, mas de justiça e responsabilidade.
Na rota evolutiva, o Espírito trilha várias vezes o mesmo
caminho e o encontra conforme o haja deixado.
Ciente disso, cesse de reclamar pelas dificuldades de sua
vida.
Lembre-se de que, hoje pode sofrer a ausência de algo
importante que teve no passado e não valorizou.
Viva com dignidade o momento presente e trate de merecer o
retorno do tesouro que jogou fora.
Cuide muito bem do caminho que agora trilha, para
encontrá-lo florido na próxima jornada que empreender.
Redação do Momento Espírita. Disponível em www.momento.com.br
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