Você Já Morreu?
Não estranhe a pergunta, pois há
pessoas que apesar da boa condição financeira, da juventude, da saúde robusta,
do poder que concentram em torno de si mesmas e do conhecimento que acumularam,
vivem como se fossem cadáveres insepultos, isto é, morreram e não foram
enterradas.
São criaturas que envelheceram
por dentro e sentem-se como se já tivessem visto tudo, ido a todos os lugares,
lido todos os livros e dissecado todos os assuntos.
Estão sempre aborrecidas e
angustiadas, nada é capaz de alterar o humor delas, a vida é cinza e sem graça
e não entendem o porquê de ainda estarem “por aqui”.
Não vibram com a alegria de uma
criança, não torcem para nada nem ninguém, não gostam de piadas, fogem de uma
boa conversa, corrigem os outros a todo instante e a vida para elas é um fardo
muito pesado.
São os mortos a que se refere Jesus (Mateus 8:22).
São criaturas que podem estar num
estado depressivo precisando de tratamento, mas podem precisar muito mais de
renovação interna, reencantamento com a vida e criação de novas metas a fim de
superarem tal morbidez.
A vida é uma dádiva, um presente
de Deus para nós! E o que fazemos dela é o nosso presente para Ele.
Viver ruminando frases, caras e
bocas, atitudes e lembranças de um passado que não retorna mais, é perder
tempo, é deixar escapar possibilidades maravilhosas de aprender, descobrir e
repartir nossas conquistas, abraçar antigos afetos e criar novas amizades.
Todos os dias o sol nos convida a
despertar não apenas para o trabalho profissional e doméstico, mas despertar do
sono existencial que nos impede de ver beleza nas coisas mais simples.
Já foi dito que viver é simples,
nós é que complicamos.
Complicamos a nossa e a vida dos outros com tantas
queixas, murmurações, descrenças, insatisfações e mau humor.
Despertar é mudar o jeito de se
olhar, é acordar a gratidão dentro de nós e revelá-la num sorriso, num
pensamento de confiança, numa palavra, num gesto despretensioso.
É esvaziar-se!
Esvaziemo-nos do lixo emocional
que temos acumulado com tantas mágoas, desencantos e ressentimentos.
Esvaziemo-nos das certezas engessadas, deste pessimismo justificado como
realismo e senso crítico.
Isto não é clareza e conhecimento, é analfabetismo
emocional!
Recicle seu lixo psíquico antes
que ele se transforme em algo ainda mais perigoso!
Busque a magia que há em cada dia
de lutas e de adversidades.
Não se trata de autoajuda, autossugestão,
enganação, efeito placebo ou milagre, mas de despertamento e cuidado consigo.
Não viva como quem já morreu!
Desperte!
Cezar Braga Said
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