37-SEIXOS
Casimiro Cunha
Acorda, vigia e escuta
Na senda que te esclarece.
No conselho da raposa
Toda galinha padece.
Se a maldade te apedreja,
Serve ao bem com fé mais rica.
Quem nada faz neste mundo
É sempre quem mais critica.
Na rota de teu dever,
Vive sem mágoa e sem medo.
Quem se deita, perde o tempo.
Quem se rala, morre cedo.
A vida é o grande oceano,
Nosso corpo é embarcação...
A morte será o porto,
Conforme a navegação.
Seja a tua paciência
Qual fonte que não se esgota.
Arrojo sem disciplina
É trilho para a derrota.
Se queres a independência
Não vivas muito à vontade,
Da escravidão no dever,
Nasce a grande liberdade.
A discórdia por mais leve
Tem sempre um sabor amargo.
Em todo sinal de guerra,
O inferno fica mais largo.
Em qualquer dificuldade,
Não fujas à cortesia,
Mais vale negar com graça
Que ceder com grosseria.
Se ajudas, ampara logo
Sem pergunta ou desavença.
Caridade verdadeira
Nunca pede recompensa.
Se desejas evitar
Angústias e cicatrizes,
Nunca digas o que sabes
Sem saberes o que dizes.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Gotas de luz. Rio de Janeiro: FEB, ed.9 , 1.994. Cap.37, p.64-65.
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