O Tronco e a Fonte
Casimiro Cunha
Um tronco frondoso e verde erguia-se além da fonte.
Perto, o solo pobre e seco, longe, as luzes do horizonte.
Certo dia, disse a fonte:
- Dá-me a sombra de teu galho, o duro chão me consome, dá-me teu brando agasalho!...
Respondeu-lhe o tronco antigo:
- Vem a mim! Serei feliz!...
Serás a seiva da seiva que me alimenta a raiz.
Desde então, o tronco e a fonte uniram-se a plena luz da grandeza que dimana da bondade de Jesus.
O tronco reconheceu, vibrando de terno amor, que a fonte era a mãe bondosa de sua seiva interior.
E a fonte viu nele o pai de sua imensa alegria, repousando em sua paz nas lutas de cada dia.
Desde então, cantaram hinos de hosanas ao criador, entre frutos dadivosos na estrada cheirando à flor.
À raiz, a água da vida levava consolação; e o tronco elevou-se ao Céu com a fonte no coração.
Houve sol e sombra amiga, flor e frutos na ramagem; cantigas de passarinho, harmonizando a paisagem.
Duas almas que se irmanam na luz dos afetos seus, são esse tronco e essa fonte guardados no amor de Deus.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 94, p.95.
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