A porta da felicidade
O teólogo dinamarquês Soren Kerkegaard, muito inspirado,
disse um dia: A porta da felicidade se abre para fora.
O complicado é que a maioria de nós não sabe como abrir essa
porta e passa os dias infeliz.
O marido vive infeliz no lar porque a esposa faz uma série
de coisas que ele não aprova. No entanto, ele se cala.
A esposa fica triste porque o marido, além de ficar muitas
horas fora de casa por questão profissional, nos finais de semana, quando
poderiam ficar juntos, agenda atividades que reúnem muitos amigos. Assim, eles
nunca podem ficar a sós. Ela se magoa, mas se cala.
O amigo falta a um compromisso e ficamos tensos, até
raivosos. Mas nada dizemos a ele.
Todas essas situações vão criando um clima de mal-estar que
vai distanciando uma pessoa da outra.
A melhor maneira de resolver tais questões é falar. Falar
sem agredir.
Em vez de decidir não mais encontrar o amigo faltoso,
falar-lhe: Não gosto quando você marca um compromisso e não aparece. Quando
você diz que vai à minha casa e não aparece, fico chateado. Sinto-me rejeitado.
Quero pedir que não marque se não pode ir. Ou então, se marcar e tiver um
imprevisto, faça o favor de telefonar, avisando.
O marido fale para a esposa e ela para ele como gostaria que
o outro agisse. Diga como essa ou aquela atitude o incomoda.
Mas, que na conversa, não surjam acusações mútuas. O momento
é para dialogar e estabelecer novas formas de conduta. Afinal, o que se deseja
é mudar. E mudar para melhor.
O teatrólogo Alfredo Surto escreveu uma peça intitulada Um
criador de homens.
Conta a história de um empregado que vivia deprimido,
entregue ao desespero. Quando a promoção, com que ele tanto sonhava, foi dada
para outro colega de serviço, seu desespero chegou ao auge.
Em casa, confidenciou para a esposa: Sou um fracasso! Não
sou nada! Que foi que eu fiz da minha vida?
Ela o olhou, aproximou-se e com firmeza, respondeu:
Eu sei o que você fez da sua vida! Fez uma mulher se sentir
amada. Deu a ela amor, lealdade, compreensão e dedicação. Deu-lhe tudo, menos
luxo, e de luxo ela não precisa. Em todos os sentidos que realmente importam,
você venceu.
No momento seguinte, o homem em desespero, reviveu.
Encontrou novo estímulo para prosseguir na sua luta, na perseguição do seu
ideal. E, o mais importante, valorizando o que tinha.
A porta da felicidade é fácil de se abrir. Saber dizer para
as pessoas de maneira direta, firme e clara, quando alguma atitude delas
incomoda, é uma delas.
Mas, a mais importante, sem dúvida, é a frase que comunica
ao outro ser humano: Como eu gosto de você! Ou: Como você é importante para
mim!
* * *
A felicidade é feita de pequenas coisas. Atente para elas.
Não esqueça de reconhecer que a esposa está mais paciente, que o marido está
mais participativo ou que a filha está mais responsável.
Deixe bilhetinhos inesperados, em lugares estratégicos, para
que os seus amores os encontrem e se sintam felizes.
E, passeando, sem maior compromisso, compre um pequeno mimo,
um presentinho para o seu filho, para o seu amigo, para ele saber que você
pensou nele.
Lembre: A porta da felicidade se abre para fora.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Ecologia doméstica,
do livro Pais e filhos - companheiros de viagem, de Roberto Shinyashiki, ed.
Gente e no texto A convivência humana, de José Ferraz, da Revista Presença Espírita,
de nov/dez/2001, ed. LEAL.Disponível em www.momento.com.br.
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