O que as crianças nos ensinam
As crianças reinventam o mundo para você.
Elas nos ensinam
coisas novas todos os dias.
Se acompanharmos o olhar de um bebê, vamos começar a olhar
mais para o alto.
E isso nos revelará que as folhas das árvores, ao caírem,
realizam um bailado maravilhoso, sob a batuta do vento.
Vamos observar o movimento das nuvens e nos deliciar com as
figuras que escultores invisíveis desenham no céu.
Vamos aprender a olhar mais para o chão para descobrir que as pedras não são todas
iguais.
Diferem em formas, tamanhos e posições.
Vamos descobrir que as rachaduras das calçadas fazem
desenhos pitorescos e que existem muitos tons de verde na grama.
Vamos nos extasiar com as esculturas das árvores que, à
medida que crescem, se retorcem, estendem galhos como a desejarem alcançar
alguma coisa, na direção do espaço.
Vamos aprender a olhar o andar das formigas, em suas marchas
constantes, indo e vindo, carregando folhas muito maiores do que seu próprio
tamanho.
Se ouvirmos o que dizem as crianças, vamos aprender um
vocabulário totalmente novo.
Um vocabulário feito de pequenas sílabas, que
simbolizam entusiasmo e deslumbramento.
Uau pode ser uma expressão guardada para ocasiões muito
especiais.
Por exemplo, a revoada de um bando de pombos, assustados pelo
barulho dos calçados humanos no caminho.
Ou para a dança de uma pipa no céu, ao sabor do vento.
Vamos aprender também a falar eu te amo, de formas muito
diferentes.
Encostando o rosto no ser amado, abraçando-o com força e
pronunciando uma única palavra: Feliz.
Ou numa frase mais longa como: Eu quero sempre ser seu
amigo.
E, para ocasiões especiais, gestos especiais.
Como sentar-se
ao lado de um amigo e, ante o reconhecimento da impotência de fazer qualquer
coisa, chorar com ele.
Exatamente como fez a menina que, vendo a boneca da amiga
quebrar-se em mil pedaços, ao cair, se sentou ao seu lado e chorou, porque não
sabia como consertá-la.
Ficou ali, ajudando-a a chorar.
Enfim, aprendemos com as crianças a ser felizes com pequenas
coisas.
Um passeio no parque, para correr e fingir que voamos, batendo os
braços e abraçando o vento.
Uma ida à praia, para fugir das ondas e gritar ao mar: Você
não me pega!
Um pouco de areia, um balde d’água e muita imaginação podem
tornar felizes algumas horas, não se importando em sujar as mãos, as pernas e o
resto do corpo.
Aprenderemos a ser criativos e perseverantes.
Porque um
pequeno buraco cavado no quintal de casa pode ser o caminho para o outro lado
do mundo.
Ou quem sabe o local onde se coloque toda a água do planeta.
Aprenderemos a ser solidários, sempre.
Mesmo quando pareça
que não há nada a ser feito para mudar a situação de tristeza ou desolação.
* * *
Todos nos encontramos no mundo para aprendizado e progresso.
Aprendemos sempre.
Aprendemos uns com os outros.
Os adultos têm a experiência.
As crianças têm a
espontaneidade, a imaginação e uma dose extraordinária de criatividade.
Dosemos tudo isso e teremos uma vida de dias melhores, de
horas em que nos importemos uns com os outros, de momentos que nunca se repetem.
E tudo isso fará com que a nossa vida se torne muito
especial, sem reprisar-se nunca.
Redação do Momento Espírita.Disponível em www.momento.com.br.
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