A Beleza
Léon Denis
A beleza é um dos atributos divinos.
Deus colocou nos seres
e nas coisas esse misterioso encanto que nos atrai, nos seduz, nos cativa e
enche a alma de admiração.
A arte é a busca, o estudo, a manifestação dessa beleza
eterna, da qual aqui na Terra não percebemos senão um reflexo.
Para
contemplá-la em todo o seu esplendor, em todo o seu poder, é preciso subir de
grau em grau em direção à fonte da qual ela emana, e esta é uma tarefa difícil
para a maioria de nós.
Ao menos podemos conhecê-la através do espetáculo que o
universo oferece aos nossos sentidos, e também através das obras que ela
inspira aos homens de talento.
O espiritismo vem abrir para a arte novas perspectivas,
horizontes sem limites.
A comunicação que ele estabelece entre os mundos visível e invisível, as informações fornecidas sobre as condições da vida no Além, a revelação que ele nos traz das leis superiores de harmonia e de beleza que regem o universo, vêm oferecer a nossos pensadores, a nossos artistas, inesgotáveis temas de inspiração.
A comunicação que ele estabelece entre os mundos visível e invisível, as informações fornecidas sobre as condições da vida no Além, a revelação que ele nos traz das leis superiores de harmonia e de beleza que regem o universo, vêm oferecer a nossos pensadores, a nossos artistas, inesgotáveis temas de inspiração.
A observação dos fenômenos de aparição proporciona a nossos
pintores imagens da vida fluídica, das quais James Tissot já pôde tirar
proveito nas ilustrações de sua Vie de Jésus (Vida de Jesus).
Oradores,
escritores, poetas, encontrarão nesses fenômenos uma fonte fecunda de idéias e
de sentimentos.
O conhecimento das vidas sucessivas do ser, sua ascensão dolorosa
através dos séculos, o ensinamento dos espíritos a respeito dessa grandiosa
questão do destino, lançarão, em toda a história, uma inesperada luz, e
fornecerão ainda aos romancistas, aos poetas, temas de drama, móbeis de
elevação, todo um conjunto de recursos intelectuais que ultrapassarão em
riqueza tudo o que o pensamento já pode conhecer até o momento.
Quando refletimos a respeito de tudo o que o espiritismo
traz à humanidade, quando meditamos nos tesouros de consolação e de esperança,
na mina inesgotável de arte e de beleza que ele lhe vem oferecer, sentimo-nos
cheios de piedade pelos homens ignorantes e pérfidos cujas malévolas críticas
não tem outra finalidade senão tirar o crédito, ridicularizar e até mesmo
sufocar a idéia nascente cujos benefícios já são tão sensíveis.
Evidentemente
essa ideia, em sua aplicação, necessita de um exame, de um controle rigoroso,
mas a beleza que dela se desprende revela-se deslumbrante a todo pesquisador
parcial'>imparcial, a todo observador atento.
O materialismo, com sua insensibilidade, havia esterilizado
a arte.
Esta arrastava-se na estreiteza do realismo sem poder elevar-se ao
máximo da beleza ideal.
O espiritismo vem dar-lhe novo curso, um impulso mais
vivo em direção às alturas, onde ela encontra a fonte fecunda das inspirações e
a sublimidade do gênio.
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