Minutos de Paz !

domingo, maio 24, 2015

A explosão da raiva - Momento Espírita






A explosão da raiva



Ela havia acordado irritada, por conta de uma noite mal dormida, fruto de uma discussão na noite anterior.


Levantou-se lentamente, como se carregasse uma carga muito grande, pesada demais para seu corpo.


Sentia-se cansada e desanimada. 


Mal olhou pela janela.


Não viu o sol se mostrando num raio multicolorido. 


Não ouviu os pássaros cantando.


Não deu atenção para a suave brisa que embalava os galhos das árvores.


Foi checar as mensagens no celular e constatou que estava sem sinal. 


Tentou ler os e-mails no computador e notou que estava sem conexão.


Sua indignação se misturou ao cansaço e à irritação da noite anterior. 


Um turbilhão de raiva se formou em seu interior.


Assim que o sinal retornou, apanhou o telefone e discou. 


Mal ouviu a voz da funcionária do atendimento, descarregou sobre ela sua insatisfação por conta dos sucessivos problemas ocorridos.


A moça ouviu palavras ríspidas, num tom de voz que lhe feria os ouvidos.


Terminada a enxurrada de reclamações, a atendente fez uma pergunta que pareceu irônica aos já irritados ouvidos da consumidora. 


Foi a gota que faltava.


Despejou na jovem toda a fúria que sentia, acrescida da frustração que carregava. 


Sua ira não distinguia o que era de âmbito pessoal do profissional. Tudo se misturava e jorrava de sua boca como lava destrutiva.


Não falava, gritava. 


Sentia-se desrespeitada em seus direitos de consumidora e desrespeitava o ser humano que estava do outro lado da linha.


Totalmente desequilibrada, não conseguia se conter. 


Atacava ferozmente quem julgava ser a causa de seu aborrecimento.


A operadora tentou falar, mas foi interrompida, de forma brusca. 


Pensou em cortar a ligação, mas sabia que o sistema retornaria a chamada e concluiu que pioraria a situação.


A mulher estava muito nervosa. 


Teve um mal estar e acabou desligando.


Do outro lado da linha, a funcionária suspirava pesadamente. 



Depois de outros telefonemas como aquele, teve um ataque de pânico e acabou sendo afastada do trabalho.


O problema que motivara o telefonema não foi resolvido e as duas terminaram o dia com grande sobrecarga emocional, desequilibrando o corpo e a mente.


*   *   *


Quantas vezes, abalados por questões pessoais, acabamos despejando sobre os outros, ao menor sinal de contratempo, nossas angústias e irritações, sem avaliar que eles, nem sempre, são responsáveis pelos nossos problemas.


Cegos pela raiva, não ouvimos, pois a ira não permite o diálogo. 


Ela afasta a razão e a consciência de que estamos lidando com alguém que, como nós, também tem sentimentos.


Ao nos depararmos com questões graves e importantes, é preciso ter em mente que a pessoa que nos atende poderá não ter a solução de que necessitamos no momento, mas poderá ajudar a conduzir o problema de maneira menos desgastante. 


Tudo dependerá da forma como nos posicionarmos.


Se nos irritarmos e agredirmos, difícil se tornará o entendimento. 


Se buscarmos o diálogo e a conciliação, descobriremos recursos que ajudarão a encontrar a melhor solução possível.





Redação do Momento Espírita. Disponível em www.momento.com.br.

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