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domingo, agosto 23, 2015

Retorno dos Habitantes da Cidade Estranha - Dra. Marlene Rossi Severino Nobre





Retorno dos Habitantes da Cidade Estranha

Dra. Marlene Rossi Severino Nobre



O artigo Cidade Estranha de Karl W. Goldstein, pseudônimo de Hernani Guimarães Andrade, publicado na Folha Espírita de janeiro de 1989, relata impressionante revelação feita pelo médium Xavier. 


Os habitantes da cidade estranha foram responsáveis pela liberação sexual do final dos anos 60 e de toda a década de 70, com repercussões decisivas na mudança dos costumes e do relacionamento humanos. 

Eis o artigo:

―Incapacitados de prosseguir além do túmulo, a caminho do Céu que não souberam conquistar, os filhos do desespero organizam-se em vastas colônias de ódio e miséria moral, disputando, entre si, a dominação da Terra. 


Conservam, igualmente, quanto ocorre a nos mesmos, largos e valiosos patrimônios intelectuais e anjos decaídos da Ciência, buscam, acima de tudo, a perversão dos processos divinos que orientam a evolução planetária. (XAVIER, F.C. Libertação, pelo espírito André Luiz. Rio de Janeiro: FEB, 1949, Capítulo 1, página 20).

 *

No Plano Astral Inferior — Em 1949, a Federação Espírita Brasileira lançou a obra intitulada Libertação, ditada pelo espírito André Luiz através da psicografia de Chico Xavier. 

Esse trabalho contém minucioso relato acerca das regiões umbralinas situadas no mundo Astral Inferior. 

Em obras anteriores, André Luiz já houvera também feito alusões a essas tenebrosas zonas purgatoriais existentes no Além.


Com o desenvolvimento da Transcomunicação Instrumental (TCI), efetuada por inúmeros investigadores nos EUA e principalmente na Europa, obtiveram-se interessantes revelações a respeito das paragens espirituais inferiores que confirmam e complementam as informações fornecidas por André Luiz, através da mediunidade do nosso querido Chico Xavier.


As primeiras alusões detalhadas, feitas por comunicadores espirituais, às zonas do Astral Inferior, obtidas através de instrumentos, encontram-se na obra de Friedrich Juergenson, intitulada: Sprechfunk Mit Verstorbenen (1967). 


Este livro foi vertido para o português e editado, em 1972, sob o título Telefone para o Além, pela Editora Civilização Brasileira.


No capítulo 20 do trabalho de Friedrich Juergenson, encontram-se interessantes descrições acerca do que ele chama de ―cavernas do submundo.


 Ei-las: 


―Depois me foi descrito o plano inferior, que abriga os representantes de pavorosas deformações do espírito humano. 

Tais deformações podiam assinalar-se como conseqüência direta da crueldade em geral, cuja força cega criou, dentro da plasticidade de fácil configuração da matéria das esferas sutis, regiões ocas, que os meus amigos chamam de cavernas. 

As ondas negativas de pensamento e emoções - sobretudo o pavor, a inveja, e o ódio — mediante a força do desejo e da imaginação, formam, facilmente, com a matéria astral, elementos que correspondem exatamente ao caráter desses impulsos emocionais.


O estado da coisa em si, ou seja, a formação do ambiente, parece processar-se de modo quase automático, independentemente portanto da vontade individual (Juergenson, 1972, páginas 80 e 81).


Os espíritos daqueles que sistematicamente praticaram o mal, exercendo a crueldade e vivendo à custa de atividades criminosas, ao morrer resvalam automaticamente para o interior dessas cavernas do Astral Inferior. 


Ali demoram anos e até séculos, engolfados em delírios horrendos e sofrendo terríveis torturas criadas por eles próprios, como conseqüência dos fatores ideoplásmicos criados pelas suas mentes enfermiças e maléficas.


Juergenson foi informado pelos seus amigos espirituais comunicantes, através de instrumentos eletrônicos, que sobrevieram mudanças significantes para os habitantes daquelas regiões tenebrosas. 


Essas mudanças têm ocorrido graças à ―propagação de ondas especiais de rádio. Tais ondas criadas no próprio Plano Astral, por técnicos desencarnados, ―atuam de forma estimulante sobre os encarcerados naquelas lúgubres cavernas.


Devido à sua natureza mecânica e impessoal, as referidas ―ondas‖ produzem um despertamento casual e passageiro nos espíritos em estado de intensa perturbação, facilitando o estabelecimento de um melhor contacto com eles. Por essa razão, um certo grupo de espíritos resolveu irradiar uma onda especial de propagação, visando apressar o reerguimento dos referidos condenados.


Essa operação libertadora, cuja denominação é Despertar dos Mortos, tem um papel relevante.


Como diz Juergenson, embora possa parecer fantástico, tudo indica que ―a maioria dos mortos das regiões do Astral Inferior encontra-se em um estado de sono profundo, principalmente aqueles que tiveram morte violenta‖. (Ob. cit., p. 81).


A referida operação de ―despertamento equivale a uma intervenção psíquica — diz Juergenson — mediante a qual os adormecidos podem ser arrancados do jugo de seus pesadelos e obsessões.


Ele acrescenta o seguinte: 


―Esse sonho astral, que é uma espécie de tolhimento, é intensamente vivido pelos adormecidos como imaginação plástica fluídica, portanto como realidade objetiva.


Com o despertar, eliminar-se-ia uma parte das maiores dificuldades, pois então os mortos encontrariam aberto o caminho para os seus novos planos de existência em comunhão com almas humanas. (Ob. cit., p.81).


Essas operações de despertamento e resgate de entidades devedoras situadas nos abismos do Astral Inferior têm sido levadas a efeito há muitos milênios e por variadas formas. 

Incumbem-se delas os espíritos das esferas mais elevadas. 


Dessa forma, periodicamente, levas imensas de entidades espirituais são reinjetadas nas correntes da vida carnal, provocando mudanças profundas nos hábitos sociais, revoluções, guerras e também progresso, desenvolvimento cultural e técnico.


Os mentores espirituais, que orientam o processo evolutivo da humanidade, dosam sabiamente o ingresso dos ―ingredientes‖ espirituais na massa humana planetária, de maneira a obter-se, finalmente, algum progresso efetivo das criaturas.


Está claro que, concomitantemente, retornam novamente à esfera em que vivemos, também, aqueles espíritos missionários que se destinam a promover a elevação intelectual e moral dos homens, o desenvolvimento científico e tecnológico, a melhoria das condições de vida etc. 


Em contato com a influência desses seres superiores encarnados, as entidades inferiores devolvidas às correntes da vida carnal ganham certo aprimoramento, ao mesmo tempo em que contribuem para maior aperfeiçoamento dos espíritos missionários incumbidos de ensiná-los.


Tal processo de interação dialética vem se processando ao longo dos milênios, representando a paciente e sistemática forma como a Divina Consciência opera no sentido de levar as criaturas a máxima perfeição. 


Quem compulsar cuidadosamente a História, verificara a realidade dessas transformações periódicas; dos momentos de grandes crises, lutas e tragédias sociais, seguidas de progresso e revoluções nos costumes e comportamentos humanos. Esse atrito constante, gerador de altos e baixos, seguidos de mudanças e progresso, não ocorre apenas no total da humanidade.


Tal fenômeno manifesta-se, também particularmente, em cada setor da vida diária, nos países, nos estados, nas cidades, nos núcleos menores de atividade, nos lares e nos próprios pares de indivíduos.


Para termos uma ideia do preparo de uma operação de reciclagem de espíritos devedores, destinados ao reingresso nos circuitos da vida carnal, tomamos como exemplo um episódio que nos foi relatado, há trinta anos, pelo nosso caro amigo, o conferencista espírita Newton Boechat. 


Ei-lo:





A Cidade Estranha 



- Em 1959 ficamos conhecendo Newton Boechat. 

Ele acabara de findar um roteiro de palestras e, passando por São Paulo, aproveitou a oportunidade para visitar-nos, iniciando então um relacionamento amistoso conosco, o qual tem durado até os dias de hoje, cada vez mais firme e cordial.


Naquela ocasião ouvíamos, interessados, as informações muito atualizadas que Newton nos comunicava sobre o movimento espírita e, particularmente, a respeito de seu convívio com o grande médium de Pedro Leopoldo: Chico Xavier.


Newton Boechat esteve no IBPP, para uma breve visita, no dia 16 de janeiro de 1989, às 14 horas, em companhia do professor Apolo Oliva Filho e sua digna esposa, dona Neyde Gandolfi Oliva.


Naquela oportunidade, aproveitamos para relembrar nosso primeiro encontro ocorrido há trinta anos. 


Pedi ao Newton que tornasse a contar o episódio que lhe fora revelado por Chico Xavier, em Pedro Leopoldo, e que ele me transmitira naquela ocasião em que nos vimos pela primeira vez.


Os que conhecem Newton são testemunhas da sua notável memória. Aproveitamos, então para obter a gravação do seu depoimento e conservá-lo, mais fielmente, para a posterioridade e para os arquivos do IBPP. Eis uma súmula do que nos foi informado pela segunda vez:


Newton Boechat iniciou explicando que inúmeros fatos têm sido contados por Chico Xavier, em caráter íntimo, aos seus amigos e que, na ocasião, algumas vezes não era oportuna a sua revelação ao público. 


Entretanto, com o passar do tempo, tais confidências foram se tornando livres de censura e poderiam ser dadas a conhecer, sem quaisquer inconvenientes. 


Assim, por exemplo, quando Newton estivera com Chico Xavier, em 1947, na cidade de Pedro Leopoldo, o livro intitulado No Mundo Maior, tinha sido recentemente psicografado por aquele médium (mais precisamente, terminou de recebê-lo em 25 de março de 1947). 


Nesse livro há um capítulo versando sobre o sexo (cap.XI). 


Cerca de 30% da matéria deste capítulo, recebida psicograficamente, teve de ser suprimida, para não causar reações negativas, devido aos preconceitos ainda vigentes em nosso meio, naquela época. 


Somente mais tarde, puderam vir a lume livros que abordaram um tanto livremente as questões ligadas ao sexo.


Mas o episódio que Newton ficou sabendo, foi-lhe relatado justamente logo após Chico Xavier haver recebido o livro No Mundo Maior, aproximadamente há uns 41 anos atrás. Em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, havia um bambuzal onde o médium costumava passear e conversar com os amigos que o procuravam. Foi ali que Chico revelou o caso ao Newton. 


Ei-lo:


Em um dos constantes desdobramentos astrais ocorridos com o nosso médium maior, durante o sono, Emmanuel conduziu o duplo-astral de Chico Xavier a uma imensa ―cidade espiritual‖, situada numa região do Umbral. 


Esta lhe pareceu extremamente inferior e bastante próxima da crosta planetária.


Era uma cidade estranha não só pelo seu aspecto desarmônico e antiestético, como pelas manifestações de luxúria, degradação de costumes e sensualidade dos seus habitantes, exibidas em todos os logradouros públicos, ruas, praças etc.


Emmanuel informou a Chico que aquela vasta comunidade espiritual era governada por entidades mentalmente vigorosas, porém negativas em termos de ética e sentimentos humanos. 

Eram esses maiorais que davam as ordens e faziam-se obedecer, exercendo sobre aquelas entidades um poder do tipo da sugestão hipnótica, ao qual tais espíritos estariam submetidos, ainda mesmo depois de reencarnados.


Pelas ruas da referida cidade estranha, desfilavam, de maneira semelhante a cordões carnavalescos, multidões compostas de entidades que se esmeravam em exibições de natureza pornográfica, erótica e debochada. 


Os maiorais eram conduzidos em andores ou tronos colocados sobre carros alegóricos, cujos formatos imitavam os órgãos sexuais masculinos e femininos. Uma euforia generalizada parecia dominar aquelas criaturas, ou mais apropriadamente, assistia-se a uma ―festa de despedida‖ de uma multidão revelando a certeza da aproximação de um fim inexorável, que extinguiria a situação cômoda, até então, usufruída por todos. 


De fato, aqueles Espíritos, sem exceção, haviam recebido um aviso de que estava determinado, de maneira irrevogável, pelos Planos da Espiritualidade Superior, o seu próximo reingresso à vida carnal na Terra. 


A esse decreto inapelável não iriam escapar nem os próprios maiorais.


Alguns Anos se Passaram 


- O relato de Newton Boechat foi-nos transmitido aproximadamente dez anos depois do seu bate-papo com Chico Xavier, em Pedro Leopoldo. 


Na ocasião em que o ouvimos, o fato causou-nos forte impressão e pudemos gravá-lo bem na memória. 


Cerca de doze anos se passaram depois que Newton nos fez esta revelação.


Lembramo-nos de que ainda trabalhávamos em uma Divisão do DAEE, em São Paulo. 


Um dos nossos colegas havia regressado de uma viagem de férias. 


Ele estivera nos países do norte da Europa e, surpreendidíssimo, vira em bancas de jornais, em algumas capitais, revistas pornográficas expostas à venda livremente. 


Impressionado com aquela novidade, ele adquiriu algumas revistas e trouxe-as, para mostrar aos amigos o que estava se passando naqueles países ―ultracivilizados. 


No dia em que o nosso colega recomeçou a trabalhar, ele nos mostrou as tais revistas.


Imediatamente lembramo-nos do episódio que nos fora relatado por Newton e, inadvertidamente, deixamos escapar uma expressão que nenhum dos nossos colegas entendeu:


―Oh! Eles já estão aí !. 


Realmente, percebemos imediatamente que aquelas revistas deviam ser um dos sinais típicos do reingresso daqueles espíritos que jaziam nas zonas do Baixo Astral, na corrente da vida terrena. 


Com eles viriam mudanças profundas nos costumes da humanidade: a licenciosidade; as músicas ruidosas e desequilibrantes; a rebeldia dos nossos filhos; a instabilidade das instituições familiares e sociais; e, finalmente, o que presenciamos, hoje em dia, com o recrudescimento da criminalidade e da insegurança, além do cortejo de outros inúmeros problemas com os quais se defrontam as criaturas humanas, neste atribulado fim de século.








"O que não podemos entender, confiemos em Deus. 
A ordem do mundo está sob as Suas mãos "



Conclusão 


É elementar, e poucos ignoram que a História da espécie humana apresenta-se pontilhada de períodos de grandes crises, seguidos de fases de prosperidade e reequilíbrio. 


É semelhante a uma sucessão de ciclos que se desenvolvem como uma espiral em constante ascensão. 


Há um lento progredir, apesar dos episódios negativos. Provavelmente os Planos Superiores da Espiritualidade velam pela humanidade, dosando sabiamente os ―ingredientes injetados na corrente da vida. 


A par dos espíritos rebeldes, reencarnam também aqueles que lutam pelo bem, pela Ciência e pelo aperfeiçoamento do homem. 


Não percamos a esperança. (HGA, janeiro de 1990)




Fonte
NOBRE, Marlene Rossi Severino.  Lições De Sabedoria. ESPIRITUALIZAR. Disponível em http://espiritualizarpazeluz.blogspot.com.br/2013/05/retorno-dos-habitantes-da-cidade.html. Acesso : 23 OUT 2015.


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