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segunda-feira, janeiro 22, 2024

Desencarnações Coletivas - Emmanuel




Desencarnações Coletivas

Emmanuel


Sendo Deus a Bondade Infinita, por que permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos dos grandes incêndios?

(Pergunta endereçada a Emmanuel por algumas dezenas de pessoas em reunião pública, na noite de 23-2-1972, em Uberaba, Minas).


Resposta:


Realmente reconhecemos em Deus o Perfeito Amor aliado à Justiça Perfeita. 


E o Homem, filho de Deus, crescendo em amor, traz consigo a Justiça imanente, convertendo-se, em razão disso, em qualquer situação, no mais severo julgador de si próprio.


Quando retornamos da Terra para o Mundo Espiritual, conscientizados nas responsabilidades próprias, operamos o levantamento dos nossos débitos passados e rogamos os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente.


É assim que, muitas vezes, renascemos no Planeta em grupos compromissados para a redenção múltipla.


***

Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos a Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontros marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.


Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras.


Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de sangue e lágrimas.


Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidade na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação.


***

Criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extinguir-lhe as consequências. 


E a Sabedoria Divina se vale dos nossos esforços e tarefas de resgate e reajuste a fim de induzir-nos a estudos e progressos sempre mais amplos no que diga respeito à nossa própria segurança. 


É por este motivo que, de todas as calamidades terrestres, o Homem se retira com mais experiência e mais luz no cérebro e no coração, para defender-se e valorizar a vida.


***

Lamentemos sem desespero, quantos se fizerem vítimas de desastres que nos confrangem a alma. 


A dor de todos eles é a nossa dor. 


Os problemas com que se defrontaram são igualmente nossos.


Não nos esqueçamos, porém, de que nunca estamos sem a presença de Misericórdia Divina junto às ocorrências da Divina Justiça, que o sofrimento é invariavelmente reduzido ao mínimo para cada um de nós, que tudo se renova para o bem de todos e que Deus nos concede sempre o melhor.


As Leis da Consciência

Irmão Saulo


A resposta de Emmanuel vem do plano espiritual e acentua o aspecto terreno da autopunição dos encarnados, em virtude de um fator psicológico: o das leis da consciência. 


Obedecendo a essas leis, as vítimas de mortes coletivas aparecem como as mais severas julgadoras de si mesmas. 


São almas que se punem a si próprias em virtude de haverem crescido em amor e trazerem consigo a justiça imanente. 


Se no passado erraram, agora surgem como heroínas do amor no sacrifício reparador.


As leis da Justiça Divina estão escritas na consciência humana.


Caim matou Abel por inveja e a sua própria consciência o acusou do crime. 


Ele não teve a coragem heroica de pedir a reparação equivalente, mas Deus o marcou e puniu. 


Faltava-lhe crescer em amor para punir-se a si mesmo. 


O símbolo bíblico nos revela a mecânica da autopunição cumprindo-se compulsoriamente. 


Mas, nas almas evoluídas, a compulsão é substituída pela compaixão.


Para a boa compreensão desse problema precisamos de uma visão clara do processo evolutivo do homem. 


Como selvagem ele ainda se sujeita mais aos instintos do que à consciência. 


Por isso não é inteiramente responsável pelos seus atos. 


Como civilizado ele se investe do livre arbítrio que o torna responsável. 


Mas o amor ainda não o ilumina com a devida intensidade. 


As civilizações antigas (como o demonstra a própria Bíblia) são cenários de apavorantes crimes coletivos, porque o homem amava mais a si mesmo do que aos semelhantes e a Deus. 


Nas civilizações modernas, tocadas pela luz do Cristianismo, os processos de autopunição se intensificam.


O suicídio de Judas é o exemplo da autopunição determinada por uma consciência evoluída. 


O que ocorreu com Judas em vida, ocorre com as almas desencarnadas que enfrentam os erros do passado na vida espiritual. Para encontrar o alívio da consciência elas sentem a necessidade (determinada pela compaixão) de passar pelo sacrifício que impuseram aos outros. 


Mas o que é esse sacrifício passageiro, diante da eternidade do espírito? 


misericórdia divina se manifesta na reabilitação da alma após o sacrifício para que possa atingir a felicidade suprema na qualidade de herdeira de Deus e coherdeira de Cristo, segundo a expressão do apóstolo Paulo.


Encarando a vida sem a compreensão das leis da consciência e do processo da reencarnação não poderemos explicar a Justiça de Deus – principalmente nos casos brutais de mortes coletivas. 


Os que assim perecem estão sofrendo a autopunição de que suas próprias consciências sentiram necessidade na vida espiritual. 


diferença entre esses casos e o de Judas é que essas vítimas não são suicidas, mas criaturas submetidas à lei de ação e reação.


Judas apressou o efeito da lei ao invés de enfrentar o remorso na vida terrena. 


Tornou-se um suicida e aumentou assim a sua própria culpa, rebelando-se contra a Justiça Divina e tentando escapar a ela.


XAVIER, Francisco Cândido; PIRES, Herculano. Chico Xavier pede  licença.  Espíritos Diversos, Cap 19.

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