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quarta-feira, abril 03, 2024

A Capa - Casimiro Cunha

 


 

A Capa 

Casimiro Cunha

 


Enquanto vibra o calor do verão, em luz florida, a capa confortadora permanece recolhida.


Em tudo há sol claro e quente, após a bênção do orvalho. . .


Oculta-se a capa amiga nas reservas de agasalhos.


Entretanto, chega um dia, que surge na imensidão, envolto de sombras frias e sopros de tempestade.


Rajadas dilacerantes invadem a atmosfera, não mais a carícia doce das tardes de primavera.


De outras vezes, muito embora cesse a grande ventania, continua o inverno forte, torturando noite e dia.


Ar gelado, névoas densas ao longo de toda a estrada, se a neve não cai do céu, a terra sofre a geada.


É quando a capa bondosa aparece no caminho, como a terna mensageira do consolo e do carinho.


Requestada em toda parte, no tempo frio e brumoso, trabalha, conforta e ajuda, sem as pausas do repouso.


Assim, no inverno das dores que trazem desolação, a crença é a capa celeste que agasalha o coração.


Mas no mundo há muito crente, que quando padece e chora, desatende a Providência e atira com a capa fora.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 11, p.10.

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