Humildade
Celeste
Emmanuel
Ninguém mais humilde que Ele, o Divino Governador da Terra.
Podia
eleger um palácio para a glória do nascimento, mas preferiu sem mágoa a
manjedoura simples.
Podia
reclamar os princípios da cultura para o seu ministério de paz e redenção;
contudo,
preferiu pescadores singelos para instrumentos sublimes do seu verbo de luz.
Podia
articular defesa irresistível a fim de dominar a governança política; no
entanto, preferiu render-se à autoridade, presente em sua época, ensinando que
o homem deve entregar ao mundo o que ao mundo pertence, e a Deus o que é de
Deus.
Podia
banir de pronto do colégio apostólico o amigo invigilante, mas preferiu que
Judas conseguisse os seus fins, lamentáveis e excusos, descerrando-lhe aos pés
o caminho melhor.
Podia
erguer-se ao Sol da plena vida eterna, sem voltar-se jamais ao convívio
humilhante daqueles que o feriram nos tormentos da cruz; no entanto, preferiu
regressar para o mundo, estendendo de novo as mãos alvas e puras aos ingratos
da véspera.
Podia
constranger o espírito de Saulo a receber-lhe as ordens, mas preferiu
surgir-lhe qual companheiro anônimo, rogando-lhe acordar, meditar e servir, em
favor de si mesmo.
Em
Cristo, fulge sempre a humildade celeste, pela qual aprendemos que, quanto mais
poder, mais amplo o trilho augusto aberto às nossas almas para que nos façamos,
não apenas humildes pelos padrões da Terra, mas humildes enfim pelos padrões de
Deus.
XAVIER,
Francisco Cândido. Antologia mediúnica do natal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
“Deixe aqui um comentário”