Meditando o Natal
Emmanuel
Na exaltação do Natal do
Senhor, acalentemos nossa fé em Jesus, sem nos esquecermos da fé que Jesus
deposita em nós.
Não desceria o Senhor da
comunhão com os Anjos, sem positiva confiança nos homens.
É por isso que, da
Manjedoura de Simplicidade e Alegria à Cruz da Renunciação e da Morte, vemo-lo
preocupado na recuperação das criaturas.
Convida pescadores humildes ao seu ministério salvador e transforma-os em advogados da redenção humana.
Vai ao encontro de Madalena,
possuída pelos adversários do bem, e converte-a em mensageira de luz.
Chama Zaqueu, mergulhado no
conforto da posse material, e faz dele o administrador consciente e justo.
Não conhece qualquer
desânimo, ante a negação de Pedro, e nele edifica o apóstolo fiel que lhe
defenderia o Evangelho até o martírio e a crucificação.
Não se agasta com as dúvidas
de Tomé e eleva-o à condição de missionário valoroso, que lhe sustenta a causa,
até o sacrifício.
Não se sente ofendido aos
golpes da incompreensão de Saulo, o perseguidor, e visita-o, às portas de
Damasco, investindo-o na sua posição de emissário de Sua Graça, coroando de
claridades eternas...
A fé e o otimismo do Cristo
começaram na descida à estrebaria singela e continuam, até hoje, amparando-nos
e redimindo-nos, dia a dia...
Assinalando, assim, os
júbilos do Natal, recordemos a confiança do Mestre e afeiçoemo-nos à sua obra
de amor e luz, tomando por marco de partida a nossa própria existência.
O Senhor nos conclama à
tarefa que o evangelho nos assinala...
Nos primeiros três séculos
de Cristianismo, os discípulos que lhe ouviram a Celeste Revelação
levantaram-se e serviram-no com sangue e sofrimento, aflição e lágrimas.
Que nós outros estejamos
agora dispostos a consagrar-lhe igualmente as nossas vidas, considerando o
crédito moral que a atitude d’Ele para conosco significa...
Aprendamos, trabalhemos e
sirvamos, até que um dia, qual aconteceu ao velho Simeão, da Boa Nova, possamos
exclamar ante a Presença Divina:
- “Agora, Senhor, despede em
paz o teu servo, segundo a tua palavra, porque, em verdade, meus olhos já viram
a salvação.”
XAVIER, Francisco Cândido. Antologia mediúnica do natal ,Espíritos Diversos.
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