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terça-feira, junho 17, 2025

Discípulos do Cristo - Jacinto Fagundes

 



Discípulos do Cristo

Jacinto Fagundes

Cap. VI – Item 3


Somos discípulos do Cristo.


Mas, repetindo com Ele a sublime afirmação: 


– “Pai nosso que estais no céu”, esperamos que Deus se transforme em nosso escravo particular, atento às nossas ilusões e caprichos.


Somos discípulos do Cristo.


Contudo, redizendo junto a Ele as inesquecíveis palavras de submissão ao Criador: 


– ”Seja feita a vossa vontade”, assemelhamo-nos a vulcões de imprecações, sempre que nos sintamos contrariados na execução de pequeninos desejos.


Somos discípulos do Cristo.


Entretanto, refazendo com Ele a súplica ao Pai de Infinito Amor:


– ”o pão de cada dia dai-nos hoje”, reclamamos a carcaça do boi e a safra do trigo exclusivamente para a nossa casa, esquecendo-nos de que, ao redor de nossa mesa insaciável, milhares de companheiros desfalecem de fome.


Somos discípulos do Cristo.


Todavia, depois de implorar com o Sábio Orientador à Eterna Justiça: 


– “perdoai as nossas dívidas”, mentalizamos, de imediato, a melhor maneira de cultivar aversões e malquerenças, aperfeiçoando, assim, os métodos de odiar os mais fortes e oprimir os mais fracos.


Somos discípulos do Cristo.


No entanto, mal acabamos de pedir a Deus, em companhia do Grande Benfeitor: 


– “Não nos deixeis cair em tentação”, procuramos, por nós mesmos, aprisionar o sentimento nas esparrelas do vício.


Somos discípulos do Cristo.


Contudo, rogando ao Todo-Poderoso, junto do Inefável Companheiro:


– “livrai-nos de todo mal”, construímos canhões e fabricamos bombas mortíferas para arrasar a vida dos semelhantes.


Somos discípulos do Cristo.


Mas convertemos o próximo em alimária de nossos interesses escusos, olvidando o dever da fraternidade, para desfrutarmos, no mundo, a parte do leão.


É por isso que somos, na atualidade da Terra, os cristãos incrédulos, que ensinam sem crer e pregam sem praticar, trazendo o cérebro luminoso e o coração amargo. 


E é assim que, atormentados por dificuldades e crises de toda espécie – aflitiva colheita de velhos males –, cada qual de nós tem necessidade de prosternar-se perante o Mestre Divino, à maneira do escriba do Evangelho, guardando n’alma o próprio sonho de felicidade, enfermiço ou semimorto, a exorar em contraditória rogativa:


– ”Senhor, eu creio! Ajuda a minha incredulidade!”


XAVIER, Francisco Cândido; Waldo Vieira Por Espíritos Diversos. Espírito da verdade, cap 21. Jesus Cristo:  Ilustração Reproduzida da Internet. 

 

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