Página do Caminho
Albino Teixeira
Cap. X – Itens 5 e 6
Não aguardes o amigo perfeito para as
obras do bem.
Esperavas ansiosamente a criatura
irmã, na soleira do lar, e o matrimônio trouxe alguém a reclamar-te sacrifício
e ternura.
Contavas com teu filho, mas teu filho
alcançou a mocidade sem ouvir-te as esperanças.
Sustentavas-te no companheiro de
ideal e, de momento para outro, recolheste mistura vinagrosa na ânfora da
amizade em que sorvias água pura.
Mantinhas a fé no orientador que te
merecia veneração e, um dia, até ele desapareceu de teus olhos, arrebatado por
terríveis enganos.
Contudo, embora a dor de perder,
continua no trabalho edificante que vieste realizar…
Ninguém reprova o doente porque sofra
mal-humorado.
Ninguém censura a árvore que deixou
de produzir porque o lenhador lhe haja decepado os braços frondejantes.
Quase sempre, aqueles que tomamos por
afetos mais doces, crendo abraçá-los por sustentáculos da luta, simbolizam
tarefas que solicitam renúncia e apostolados a exigirem amor.
Não importa o gelo da indiferença,
nem o bramido da incompreensão, se buscamos servir.
O coração mais belo que pulsou entre os homens respirava na multidão e seguia só.
Possuía legiões de Espíritos angélicos e aproveitou o concurso de amigos frágeis que o abandonaram na hora extrema.
Ajudava a todos e chorou sem ninguém.
Mas, ao carregar a cruz, no
monte áspero, ensinou-nos que as asas da imortalidade podem ser extraídas do
fardo de aflição, e que, no território moral do bem, alma alguma caminha
solitária, porque vive tranquila na presença de Deus.
XAVIER,
Francisco Cândido; Waldo Vieira Por Espíritos Diversos. Espírito da verdade, cap
33. Jesus Cristo: Ilustração Reproduzida da Internet.
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