Instante Divino
José de Castro
Não deixes passar, desapercebido, o teu divino instante de ajudar.
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Surge, várias vezes nos sessenta minutos de cada hora, concitando-te ao enriquecimento de ti mesmo.
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Repara, vigilante.
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Aqui, é o amigo que espera por uma frase de consolo. Ali, é alguém que te roga insignificante favor.
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Além, é um companheiro exausto no terreno árido das provas, na expectativa de um gesto de solidariedade.
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Acolá, é um coração dorido que te pede algumas páginas de esperança. Mais além, é um velhinho que sofre e a quem um simples sorriso teu pode reanimar.
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Agora, é um livro edificante que podes emprestar ao irmão de luta. Depois, é o auxílio eficiente com que será possível o socorro ao próximo necessitado.
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Não te faças desatento.
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Não longe de tua mesa, há quem suspire por um caldo reconfortante. E, enquanto te cobres, feliz, há quem padeça frio e nudez, em aflitiva expectação.
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As horas voam.
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Não te detenhas.
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Num simples momento, é possível fazer muito.
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Ao teu lado, a multidão das necessidades alheias espera por teu braço, por tua palavra, por tua compreensão...
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Vale-te, pois, do instante que foge e semeia bênçãos para que o mundo não se empobreça de miséria e, em se fazendo hoje mais rico de amor, possa fazer-te, amanhã, mais rico de luz.
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XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito José de Castro. Da obra: Relicário de Luz.
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