O choro da estrela
Conta uma lenda que, certo dia, caminhava Deus,
sossegadamente, pelo Universo.
Contemplava a Sua criação, verificando se tudo estava
correndo bem.
Em certo ponto de Sua caminhada, deparou com uma estrela,
num choro convulsivo.
Aproximou-se e com Seu carinho de Pai, perguntou:
Por que
você chora, minha filha?
A estrela, em pranto, mal conseguia falar:
Sabe, meu Pai, estou triste.
Não consigo achar uma razão
para a minha existência.
O sol, com todo o seu brilho, fornece calor, luz e
energia.
Serve especialmente ao planeta azul e as pessoas ali o esperam todos
os dias, alegrando-se com o seu surgimento.
As estrelas cadentes alimentam os sonhos dos românticos que
as contemplam, maravilhados.
Os cometas geram dúvidas e mistérios, movimentando
cientistas de todo lugar para os estudar e analisar.
Todos são importantes.
Todos, menos eu.
Eu fico aqui parada, sem utilidade nenhuma.
Deus ouviu tudo atentamente.
Com paciência, decidiu explicar
para a estrela os porquês de sua existência.
Porém, nesse instante, uma voz interrompeu o diálogo.
Era
uma voz que vinha de longe, uma voz infantil.
Era uma criança, que caminhava com sua mãe, em um dos
planetas da região.
A criança dizia: Veja, mamãe! O dia já vai nascer!
A mãe ficou um tanto confusa.
Como podia uma criança que mal
sabia as horas, saber que o sol logo nasceria, se tudo ainda estava escuro?
Como você sabe disso, meu filho?
E a criança alegre respondeu:
Veja aquela estrela, mamãe!
Papai me disse que ela anuncia o novo dia.
Ela sempre aparece um pouco antes do sol, e aponta o lugar
de onde o sol vai sair.
Ouvindo aquilo, a estrela se pôs a chorar. Mas de emoção.
Não era mais preciso que Deus lhe explicasse o motivo da sua
existência.
Como tudo o que Ele criou, ela também tinha uma razão de ser.
Era a estrela que anunciava o novo dia.
E com o novo dia, se
renovam sempre as esperanças, os sonhos.
Ela servia para orientar os homens, indicando-lhes o caminho
a percorrer.
Quando a vissem, eles poderiam ter certeza que logo mais o
sol surgiria, abrilhantando tudo, espancando a escuridão da noite, secando as
estradas da chuva torrencial das horas anteriores, aquecendo as manhãs frias.
A estrela, sentindo-se imensamente útil, encheu-se de
felicidade e brilhou com mais intensidade.
Descobrira, enfim, como ela era importante e indispensável
ao ciclo da vida.
* * *
Todos temos uma razão para existir, mesmo que ainda não a
tenhamos descoberto.
Alguns nascem para ser estrela de outras vidas,
orientando-as na caminhada.
Outros nascem para iluminar estradas, conduzir mentes,
acalentar corações.
Muitos nascem para ser o suporte de outros, em sua
trajetória de glórias e sucessos.
Se você ainda não descobriu porque está na Terra, eleja a si
próprio estrela de luz e comece a semear amor e espalhar alegrias ao seu redor.
Assim, você iluminará a sua própria vida, iluminando todos
que estão à sua volta.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo O choro da
estrela, de autoria ignorada. Disponível em www.momento.com.
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