8-A CANDEIA
Casimiro Cunha
A sombra desce de manso, o silêncio volve aos ninhos, é a noite cariciosa que se estende nos caminhos.
Na casa pequena e simples que é refúgio da pobreza, é mais densa a escuridão que amortalha a Natureza mas no quadro desolado perpassa a bênção do amor, a candeia humilde e rude clareia do velador.
Na sala desguarnecida da morada carinhosa, sua luz mostra a beleza de uma estrela generosa.
Aproveita-se-lhe o encanto na esfera da utilidade, mas quase ninguém lhe vê o espírito de humildade.
Seu processo de ajudar nas sombras da noite escura, revela lição sublime ao plano da criatura.
Por servir de fonte calma ao clarão bondoso e amigo, ela queima a provisão de tudo que tem consigo. consome o óleo, a torcida, perde o brilho, perde a graça, suporta o calor do fogo, sofre o assédio da fumaça.
E Guarda, com Deus, a glória de haver produzido o bem, sem ferir qualquer pessoa, sem prejuízo a ninguém.
Quem deseje iluminar, proceda como a candeia: A si mesmo se ilumine sem reclamar luz alheia.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 8, p.7.
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