Cartilha Da Natureza
Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Casemiro Cunha
A GRANDE FAZENDA
“E ele repartiu por eles a fazenda.” JESUS-LUCAS, 15:12
A natureza é a fazenda vasta que o Pai entregou a todas as criaturas.
Cada
pormenor do valioso patrimônio apresenta significação particular.
A
árvore, o caminho, a nuvem, o pó, o rio, revelam mensagens silenciosas e
especiais.
É preciso, contudo, que o homem aprenda a recolher-se para escutar as
grandes vozes que lhe falam ao coração.
A Natureza é sempre o celeiro abençoado de lições maternais.
Em seus
círculos de serviço, coisa alguma permanece sem propósito, sem finalidade
justa.
Eis a razão pela qual o trabalho de Casimiro Cunha se evidência com
singular importância.
O coração vibrátil e a sensibilidade apurada
conchegaram-se a Jesus, para trazer aos ouvidos dos companheiros
encarnados algumas notas da universal sinfonia.
Esta cartilha amorosa relaciona, em rimas singelas, alguns cânticos da
fazenda divina que o Pai nos confiou.
Envolvendo expressões na luz infinita
do Mestre,Casimiro dá notícias das coisas simples,cheias de ensino
transcendental.
No relatório musicado de sua alma sensível, o milharal, o
pântano, a árvore, o ribeiro, o malhadouro, dizem alguma coisa de sua
maravilhosa destinação, revelando sugestões de beleza sublime.
É o ensino
espontâneo dos elementos, o alvitre das paisagens que o hábito
vulgarizou, mas se conservam repletas de lições sempre novas.
O trabalho valioso do poeta cristão dispensa comentários e considerações.
Entregando-o, pois, ao leitor amigo, não temos outro objetivo senão lembrar
a fazenda preciosa que se encontra em nossas mãos.
A Natureza é o livro de páginas vivas e eternas.
Em abrindo a cartilha afetuosa de Casimiro, recordemos Aquele que veio a
Terra, começando pela manjedoura; que recebeu pastores e animais como
visita primeira; que foi anunciado por uma estrela brilhante; que ensinou
sobre as águas, orou sobre os montes, escreveu na terra, transformou a água
simples em vinho do júbilo familiar; que aceitou a cooperação de um
burrico para receber homenagens do mundo; que meditou num
horto, agonizou numa colina pedregosa, partiu em busca do Pai através dos
braços de um lenho ríspido e ressuscitou num jardim.
Relembremos semelhantes ensinos e recebamos a fazenda do Senhor, não
como o filho pródigo que lhe desbaratou os bens, mas como filhos
previdentes que procuram aprender sempre, enriquecendo-se de tesouros
imortais.
Pedro Leopoldo, 20 de Maio de 1943.
Emmanuel
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay Ltda,2002, ed.1. Introdução,p.5. Cap 1, p.2.
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