9-A CANGA
Casimiro Cunha
Pleno campo, céu de anil, que o sol dourado ilumina, a primavera traz flores de fragrância peregrina.
Em tudo palpita o belo na sublime transcendência, das dádivas generosas na Divina Providência.
Os bons, porém, desconhecem se há mistérios da beleza e gastam no atrito longo as forças da Natureza.
Acende-se a luta enorme, chifradas, golpes violentos, ruído ensurdecedor, pelos rotos, pés sangrentos.
Há flores espatifadas nos caminhos da abundância, é cegueira, dor e morte em males da ignorância.
Mas, um dia, o lavrador, notando a exigência ativa, vendo a zona perturbada, traz a canga educativa.
Os brigões acham de novo a paz, a harmonia, o bem.
O sofrimento em conjunto é o campo que lhes convém.
Toleram-se mutuamente sem rixas nem desatinos, e aprendem a trabalhar sem desprezo aos dons divinos.
Muitas vezes também, no mundo, parentesco e obrigação, são recursos necessários as luzes da educação.
Amigo, se estás na canga de lutas indefinidas, não fujas, atende a Deus, cura os males de outras vidas.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 9, p.8.
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